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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Origem dos mamiferos

Os mamíferos surgiram já no Mesozóico há cerca de 200 milhões de anos, mais ou menos na época em que apareceram os grandes e terríveis répteis que povoam nossa imaginação – os dinossauros. Durante o domínio dos dinossauros, os mamíferos constituíam um restrito grupo de animais de pequeno porte e de hábitos noturnos. Os répteis dominavam o cenário, eram ativos durante o dia e muitos provavelmente caçavam os pequenos mamíferos, enquanto estes procuravam comida durante a noite. Talvez os primeiros mamíferos se alimentassem de ovos ou de filhotes de répteis.
Répteis e mamíferos morfologicamente não diferem muito, mas existem condições extremamente diversas nos dois grupos e de grande importância na ascensão dos mamíferos. Os répteis são heterotérmicos (existe alguma divergência quanto à condição térmica dos dinossauros), portanto inativos sob baixas temperaturas, enquanto nos mamíferos a homeotermia permite uma atividade contínua mesmo nas condições citadas, podendo assim viver em regiões temperadas, procurar comida à noite etc. A endotermia amplia o leque de áreas geográficas a serem colonizadas.
A segunda distinção entre os dois grupos está relacionada com a viabilidade dos filhotes. Os embriões de répteis desenvolvem-se no interior de ovos de casca dura (animais ovíparos), em ambientes terrestres, fato este que, quando comparado à embriologia dos anfíbios, cujos ovos são depositados na água, significa um grande avanço evolutivo. Mas os ovos são abandonados pelos pais para que sejam chocados no ambiente físico, o que seguramente aumenta o risco de predação por parte de outros animais. Os mamíferos, por sua vez, desenvolvem seus filhotes no interior do corpo materno (são vivíparos), aumentando assim as chances de sobrevivência da prole.
As duas características citadas anteriormente, entre outras, provavelmente determinam uma melhor capacidade adaptativa dos mamíferos.
Durante o período Cretáceo da Era Mesozóica, há cerca de 100 milhões de anos, começou o declínio dos dinossauros, culminando com a total extinção desses grandes répteis, há aproximadamente 65 milhões de anos. A eliminação dos dinossauros abriu aos mamíferos as condições necessárias para que este grupo se expandisse e passasse a dominar o cenário da Era Cenozóica.
No período Cretáceo surgiram dois grupos que se tornaram ancestrais dos diversos tipos de mamíferos. O primeiro grupo corresponde aos monotremados (representados hoje apenas pelo ornitorrinco e pela eqüidna), que se acredita ser em um ramo direto e sem ramificações dos répteis semelhantes aos mamíferos. Nos monotremados, as fêmeas não possuem útero nem vagina, e os filhotes desenvolvem-se no interior de ovos (como os répteis). As glândulas mamárias não apresentam mamilos, e o leite que escorre pela pele do abdômen da fêmea é lambido pelos filhotes.
O segundo grupo é representado por mamíferos mesozóicos que se extinguiram no Eoceno, mas originaram os marsupiais, a partir dos quais surgiram os placentários. As fêmeas de marsupiais possuem útero e vagina duplos e não formam placenta durante a gestação. O embrião começa seu desenvolvimento no útero da mãe, mas após alguns dias o feto prematuro sai e rasteja até o marsúpio (dobras abdominais que circundam as glândulas mamárias), onde se prende, pela boca, a um mamilo e aí permanece até completar o desenvolvimento.
Atualmente, a maior parte dos mamíferos está representada por placentários (durante a gestação é formada a placenta, e o feto então pode se desenvolver totalmente no interior do útero da fêmea), mas ainda hoje encontramos marsupiais e monotremados. Estes dois últimos grupos possuem representantes vivos na Oceania e um único gênero (Didelphis, exemplo o gambá) de marsupiais na América do Sul.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ASCARIDIASE LUMBRICOIDES


Introdução

Popularmente conhecida como lombriga, a ascaridíase é uma parasitose causada pelo verme nemátode
Conhecendo a ascaridíase

Este parasita de reprodução sexuada pode chegar até 40 cm de comprimento. Geralmente a fêmea possui tamanho bastante superior ao macho.

Seus ovos são “microscópicos” e costumam sair junto às fezes de seu hospedeiro. Seu desenvolvimento se dá em ambientes quentes e úmidos. O solo de países de clima tropical é o tipo de ambiente considerado ideal ao seu desenvolvimento.

A contaminação por este parasita ocorre através do consumo de água ou alimentos infectados por seus ovos.

Depois de ingeridas, as larvas são liberadas no intestino delgado e alcançam o sistema circulatório, chegando ao fígado, onde crescem num período inferior a uma semana. Após isso, elas retornam a corrente sanguínea passando pelo coração e pulmões.

Dentro dos pulmões, elas absorvem mais nutrientes e oxigênio em abundância para garantir seu crescimento. Quando crescem demasiadamente para continuarem dentro dos alvéolos pulmonares, estas larvas sobem em direção a faringe, onde são em sua maioria engolidas.

Através do tubo digestivo elas alcançam o estômago e chegam ao local onde completam o seu desenvolvimento até a fase adulta: o intestino delgado.

Durante seu período de permanência dentro do intestino delgado de seu hospedeiro, ela se reproduzirá e liberará novos ovos que darão início a toda a trajetória já explicada.

A higiene pessoal e o saneamento básico são importantes fatores de prevenção a infecção por este parasita. Medidas de higiene durante o preparo de alimentos, principalmente com relação às verduras, também são medidas indispensáveis.


O que são

Este verme nematódio é um parasita muito conhecido como lombriga intestinal. Este microorganismo infecta os seres humanos e mais freqüentemente as crianças. Aloja-se normalmente no intestino delgado e às vezes dirige-se para outras partes do corpo. Seu comprimento pode variar de 15 a 25 cm.

Ascaridíase

Seus ovos se desenvolvem em água ou em terra úmida, tornando-os infectantes pouco tempo após eu contato com estas regiões.

Sua infecção nos seres humanos se dá quando estes ingerem alimentos contaminados ou quando as crianças, após contato com o solo contaminado, levam as mãos à boca.

Uma vez ingeridos, os ovos se dirigem ao intestino, onde são liberadas as larvas, que atravessam a parede intestinal seguindo em direção ao fígado, coração e pulmões. Durante este percurso, as larvas passam por várias mudanças e, posteriormente, sobem em direção aos brônquios, faringe (onde são engolidas), retornando ao intestino delgado, através do aparelho digestório, onde, finalmente, tornam-se adultas.

Uma vez adultas, ocorre a fecundação e a fêmea libera seus ovos, que saem junto com as fezes recomeçando um novo ciclo.

Classificação científica

Reino: Animalia
Filo: Nematoda
Classe: Secernentea
Ordem: Ascaridida
Família: Ascarididae
Género: Ascaris

IMPORTANTE: as informações contidas nesse texto servem apenas como fonte para pesquisas e trabalhos escolares. Portanto, não devem ser utilizadas para fins de orientação médica. Para tanto, procure um médico para receber orientações e o devido tratamento.

PLATELMINTOS


Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').

Os platelmintos, que compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.

Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns nem tubo digestório têm e vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente digerido pelo organismo hospedeiro.

Entre os muitos exemplos de platelmintos vamos estudar as planárias, as tênias e os esquistossomos.

As planárias

Medindo cerca de 1,5 cm de comprimento, esses platelmintos podem ser encontrados em córregos, lagos e lugares úmidos. Locomovem-se com ajuda de cílios e alimentam-se de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais maiores, entre outros exemplos.
Na região anterior do corpo da planária localizam-se a cabeça e os órgãos dos sentidos: ocelos, estruturas capazes de detectar contrastes entre claro e escuro, mas que não formam imagens; órgãos auriculares, expansões laterais da cabeça capazes de perceber sensações gustatórias e olfatórias, auxiliando o animal na localização do alimento.
O corpo é achatado dorsiventralmente e possui a boca localizada na região ventral do corpo. O intestino da planária é bastante ramificado e atua digerindo os alimentos e distribuindo para as demais partes do corpo.

A planária adulta é hermafrodita, isto é, apresenta tanto o sistema genital feminino quanto masculino. Quando duas planárias estão sexualmente maduras e se encontram, elas podem copular.

Após a troca de espermatozóides através dos poros genitais, os animais se separam e os ovos são eliminados para o meio externo. No interior de cada ovo, encerrado em cápsulas, desenvolve-se um embrião, que se transforma em uma jovem planária.

As planárias tem grande poder de regeneração. Cortando-se o animal em alguns pedaços, cada um deles pode dar origem a uma planária inteira.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FEBRE TIFÓIDE

”Existem outras febres, geralmente chamadas de malignas, ou, melhor dizendo, pestilentas, que foram de grande importância entre os anos de 1505 e 1528, quando primeiramente apareceram na Itália, sendo chamadas de lenticulae ou puncticulae, pois deixavam máculas lenticulares ou máculas que lembravam a picada de insetos… Essa febre é contagiosa, mas não de forma rápida, nem por fômites, nem à distância, mas apenas pelas mãos do doente”.
Girolamo Fracastoro (1584)

INTRODUÇÃO

A febre tifóide é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de caráter endêmico e, esporadicamente, epidêmico, causada por uma bactéria Gram-negativa do gênero Salmonella (Salmonella enterica sorotipo typhi).
A ocorrência desta enfermidade guarda relação direta com as condições sócio-econômicas e sanitárias desfavoráveis, principalmente no que diz respeito ao saneamento básico, distribuição e armazenamento de água. A transmissão se faz por via oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados por fezes de pessoas doentes e portadores assintomáticos.
No Estado do Amazonas, os fatores epidemiológicos relevantes são: viagens prolongadas de barco, ingestão da água dos rios (sem tratamento prévio) e os alagamentos.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

O quadro clínico da febre tifóide se divide classicamente em quatro septenários, que correspondem a três fases bem distintas:
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: corresponde à primeira semana de doença, manifestando um quadro febril de evolução progressiva, atingindo altas temperaturas ao final deste período. Este quadro se acompanha de cefaléia importante, mal-estar geral, astenia, anorexia, mialgia, prostração, dor abdominal difusa e vômitos;
PERÍODO DE ESTADO: corresponde à segunda e terceira semanas de evolução. Neste período, ocorre intensificação da sintomatologia anterior, especialmente a febre e as manifestações digestivas. O paciente desenvolve um quadro de toxemia, acompanhado de prostração, desidratação, torpor, olhar inexpressivo (olhar tífico), obstipação intestinal alternada com diarréia líquida esverdeada, icterícia, hepatoesplenomegalia, meteorismo, borborigmo e dor abdominal;
PERÍODO DE CONVALESCENÇA OU DECLÍNIO: corresponde à quarta semana de evolução. O quadro febril tende a diminuir progressivamente, bem como os demais sintomas, e o paciente entra na fase de recuperação clínica.
É importante lembrar que nem sempre a febre tifóide acontece na sua forma clássica ou com a evolução esperada. Muitas vezes, em nosso serviço, a simples presença de síndrome febril indiferenciada sub-aguda, com fortes dados epidemiológicos, faz-nos iniciar terapêutica específica, enquanto se aguarda o resultado da cultura. Outras formas inespecíficas de apresentação da doença são síndrome febril ictérica aguda e/ou síndrome febril hemorrágica aguda.
As complicações da febre tifóide são raras, mas podem acontecer durante o período de estado, como resultado do processo séptico. As principais intercorrências, observadas em aproximadamente 10% dos pacientes acometidos, são a enterorragia e a perfuração intestinal. A enterorragia ocorre principalmente na região ileocecal, podendo determinar sangramentos discretos e até quadro de hemorragia intensa com falência hemodinâmica. Os quadros mais graves geralmente representam uma maior susceptibilidade individual e também demora no diagnóstico e tratamento específicos. A perfuração intestinal representa uma progressão do quadro de enterorragia, acometendo preferencialmente a região do íleo terminal. Manifesta-se por dor intensa na fossa ilíaca direita, acompanhada dos sinais clássicos de irritação peritoneal, hipotensão e taquicardia. Outras complicações mais raras da febre tifóide são os abscessos viscerais, colecistite acalculosa, pancreatite, bronquite, pneumonia, miocardite, pielonefrite, artrite e osteomielite.
A recaída é um evento que pode acometer até 10% dos pacientes infectados e traduz, em última análise, período insuficiente de tratamento ou sub-dosagem antibiótica (com persistência de bactérias viáveis nos linfonodos mesentéricos e na vesícula biliar), ou resistência antimicrobiana da bactéria à droga utilizada. Caracteriza-se pela recrudescência da sintomatologia após duas semanas do desaparecimento da febre.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Em relação aos exames inespecíficos, algumas peculiaridades podem ser observadas na febre tifóide:
Hemograma: na fase inicial da doença, pode-se observar leucopenia, neutropenia, linfocitose relativa, anemia moderada e plaquetopenia; o surgimento de leucocitose e neutrofilia, associados à piora clínica ao final do período de estado, sugere alguma das complicações anteriormente discutidas; o surgimento de leucopenia após o início do tratamento com cloranfenicol pode sugerir aplasia medular farmacotóxica, indicando a substituição da droga;
Bioquímica do sangue: as transaminases podem estar moderadamente elevadas (raramente ultrapassando 500U/l), assim como as enzimas de colestase (FAL e ãGT); bilirrubina total aumentada às custas da fração direta, traduzindo uma hepatite trans-infecciosa.
O diagnóstico específico da febre tifóide baseia-se sempre no isolamento da bactéria:
Hemocultura: tem alta sensibilidade, principalmente durante a primeira semana de infecção; deve ser solicitada obrigatoriamente para todos os casos suspeitos, independente da fase em que se encontre; sugerimos a coleta de pelo menos duas amostras antes de se iniciar a antibioticoterapia;
Coprocultura: tem maior sensibilidade a partir da terceira semana de infecção; é particularmente importante no pós-tratamento a fim de se identificar o estado de portador crônico;
Mielocultura: é o método de maior sensibilidade para o isolamento de salmonela e se mantém positiva mesmo quando do uso prévio de antimicrobianos; por ser um método mais invasivo, está indicada para o diagnóstico de pacientes que referem uso de antimicrobianos previamente ou pacientes cuja hemocultura e coprocultura não foram conclusivas e ainda há forte suspeita de febre tifóide.
Deve-se insistir sempre no isolamento da bactéria, pois ainda é o padrão-ouro no diagnóstico desta doença, em nosso meio, além de proporcionar realização do antibiograma, com vistas à vigilância de bactérias resistentes às drogas habitualmente utilizadas.
Outro método auxiliar para o diagnóstico da febre tifóide é a reação sorológica de Widal, que quantifica as aglutininas contra os antígenos O (somático) e H (flagelar) da Salmonella typhi e da Salmonella paratyphi. Porém, como nos encontramos em área endêmica para esta doença, é possível a ocorrência de falso-positivos, com relativa freqüência. O que se recomenda é que sejam coletadas amostras pareadas para análise a partir da segunda semana, e que se considerem anormais os títulos maiores que 1:100 e a conversão sorológica (aumento da titulação) entre as duas coletas.

TRATAMENTO

O tratamento e seguimento dos pacientes com febre tifóide devem ser realizados, sempre que possível, em nível ambulatorial. No entanto, pacientes com quadro toxêmico, vômitos ou diarréia persistente (dificultando absorção oral de antimicrobianos), leucopenia abaixo de 2.000/mm3, instabilidade hemodinâmica, sinais de complicação, crianças, grávidas e idosos devem ser hospitalizados até a melhora clínica significativa, podendo completar posteriormente o seguimento em nível ambulatorial.
A terapêutica específica da febre tifóide deve ser iniciada tão logo os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais sugiram o diagnóstico e que se tenha coletado os materiais para estudo bacteriológico. O tratamento específico é feito com antimicrobianos.
A terapêutica inespecífica é também de fundamental importância para a evolução favorável do quadro clínico.
Os pacientes devem ser orientados a seguir dieta branda, pobre em resíduos e aumentar a ingestão de líquidos usuais ou soro de reidratação oral, além de repouso e sintomáticos para o alívio da febre e das dores. Em pacientes internados, deve-se observar a necessidade de suplementar a hidratação e nutrição por via parenteral e a correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
Nos quadros mais exuberantes, deve-se estar sempre atento às complicações, para detecção e intervenção precoces. Na presença de enterorragia, além do tratamento específico por via parenteral, deve-se instituir dieta zero, reposição da volemia e, quando necessário, transfusão de concentrado de hemácias. No caso de perfuração intestinal, além dos cuidados acima, deve-se encaminhar o paciente para tratamento cirúrgico e ampliar a terapia antimicrobiana para cobrir a flora entérica.
Os critérios de alta hospitalar são: ausência de febre por 48 horas melhora significativa dos sintomas e ausência de complicações. O critério de cura é a negativação de duas coproculturas (com uma semana de intervalo entre elas), após término da terapia antimicrobiana.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Preparação de Lâminas Histológicas

A PREPARAÇÃO DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS: FIXAÇÃO E COLORAÇÃO

A maior parte dos tecidos não pode ser observada in vivo. Devido a esse fato, eles devem ser submetidos a processos de fixação para que suas estruturas morfológicas mantenham-se preservadas. Vários processos degenerativos de autólise celular ocorrem logo após a morte dos tecidos. Seu conjunto recebe o nome de degeneração post-mortem. Para evitar essa autólise que inicia após a morte dos tecidos e a própria digestão do material por bactérias decompositoras, devem-se empregar substâncias que, ao se ligar aos principais componentes estruturais do tecido (geralmente proteínas), mantenham a estrutura do material a ser estudado. Esse processo de preservação dos componentes estruturais dos tecidos denomina-se fixação. As substâncias que executam o processo de fixação são chamadas fixadores. O mecanismo de ação dos fixadores é pouco conhecido e todos possuem vantagens e desvantagens. Os cientistas desenvolveram misturas empíricas de fixadores para compensar suas principais desvantagens. Os principais fixadores são: formol, líquido de Bouin, líquido de Helly, aldeído glutárico e tetróxido de ósmio.

Para que os componentes do tecido possam ser visualizados, a luz deve atravessá-los, dirigindo-se aos olhos do observador. Isto limita a espessura dos cortes a poucos micrometros. A fim de que os tecidos suportem o processo de corte, devem ser impregnados com parafina ou resinas epóxi (caso o corte seja mais delgado, utilizado em microscopia eletrônica). Esse processo chama-se impregnação. Antes da impregnação, a peça deve passar pelos processos de desidratação e diafanização.

Os processos histoquímicos de coloração permitem a observação dos componentes dos tecidos devido ao contraste que produzem ao ligarem-se distintamente a eles.

Princípios da histoquímica: o princípio básico da histoquímica é a localização de determinados compostos químicos a partir de técnicas de preparação. A observação da presença destes compostos nas células pode auxiliar muito na determinação das características celulares.

Para que os métodos histoquímicos obtenham sucesso, são necessários alguns requisitos básicos: o produto da reação histoquímica deve ser insolúvel e não-difusível, para que a determinação de sua localização seja precisa. Também é importante que o método utilizado seja específico para a substância ou grupo químico que está sendo analisado, para que não ocorram conclusões equivocadas.

# Substâncias basófilas e acidófilas - HE: a principal técnica de coloração de tecidos para o estudo de Histologia básica é a técnica HE (Hematoxilina-Eosina). Através dessa técnica, podemos diferenciar porções basófilas e acidófilas do tecido estudado. A hematoxilina é basófila, ou seja, tem afinidade por substânicas básicas. Sendo assim, ela costuma corar os núcleo e o Retículo Endoplasmático Rugoso, locais onde há grande quantidade de proteínas (básicas pelo seu grupamento amina). A eosina é acidófila, tendo afinidade pelo citoplasma, fibras colágenas e outras substânicias ácidas das células.

# Localização de lipídios: Para a localização de lipídios, são utilizados corantes que possuem alto grau de dissolução em gorduras. Os corantes, misturados com uma solução alcoólica saturada pela qual possuem baixo grau de dissociação, são colocados em contato com o tecido e então transferem-se da solução alcoólica para os lipídios. Os principais exemplos de corantes específicos para lipídios são o Sudan IV e o Sudan Negro.

# Localização de ácidos nucléicos: A localização dos ácido nucléicos baseia-se no método de Feulgen. Neste método, o DNA reage com uma solução de ácido clorídrico, que retira as bases púricas e forma grupamentos aldeídos na desoxirribose. Então, é adicionado o reativo de Schiff (fucsina básica descorada pelo anidrido sulfuroso) que se combina com os radicais aldeído para formar um composto insolúvel e vermelho. Esse método possui uma proporcionalidade entre a intensidade da coloração e o teor de DNA, de modo que zonas mais coradas possuem maior teor de DNA.

Para mais informações sobre o reativo de Schiff, ver a técnica de coloração PAS, neste mesmo texto.

O RNA pode ser identificado porque possui alta basofilia (afinidade com corantes básicos). Porém, como em determinados tecidos existem outras substâncias de natureza basófila, é necessário um procedimento adicional, caso se deseje localizar apenas o RNA: devem-se preparar duas lâminas, uma contendo a enzima ribonuclease e outra sem esta enzima. Esta enzima digerirá o RNA presente na lâmina. Então, coram-se as duas lâminas com um corante basófilo. Fazendo-se a substração das duas imagens, perceber-se-ão os locais onde previamente havia RNA.

# Localização de polissacarídeos: A presença de polissacarídeos pode ser determinada pela técnica do PAS (Periodic Acid-Schiff). O ácido periódico oxida os grupamentos 1-2 glicol, produzindo aldeídos. Estes aldeídos reagirão com a fucsina descorada, chamada de reativo de Schiff, dando um composto de adição, violeta e insolúvel. Através dessa técnica é possível visualizar polissacarídeos simples ou associados a proteínas, sendo muito utilizada nas lâminas de fígado (acúmulos de glicogênio), estômago (camada de revestimento de mucopolissacarídeos, modernamente chamados de glicosaminoglicanas), cartilagem hialina (glicosaminoglicanas pertencentes às proteoglicanas da matriz).

Certas substânicias têm a capacidade de alterar a cor original do corante pelo qual foram coradas. Chamamos isso de metacromasia.

domingo, 20 de setembro de 2009

Hipócrates

Introdução

Hipócrates é conhecido por muitas pessoas como uma das figuras mais marcantes da história da saúde. Devido a sua grande importância, ele é chamado de "Pai da Medicina".

Estudos

Este importante estudioso da medicina, nasceu na Grécia e fazia parte de uma família que mantinha uma longa tradição na pratica de cuidados em saúde.

Em seus estudos, ele pôde constatar a relação de muitas epidemias com fatores climáticos, raciais, alimentares e do meio ambiente. Deixou ainda muitas descrições clínicas que possibilitam o diagnóstico de doenças como a malária, tuberculose, caxumba e pneumonia.

Ele se dedicou também profundamente aos estudos sobre anatomia humana, deixando anotações descritivas bastante claras que se referiam não só a instrumentos de dissecação, como também, a procedimentos práticos.

O “pai da medicina” direcionava seus conhecimentos em saúde no caminho científico, ele rejeitava completamente a supertição e práticas que não se podia explicar cientificamente.

Hipócrates chegou a teoria dos quatro humores corporais (sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra) através de sua forma de entender o funcionamento do organismo humano, incluindo a personalidade. Segundo ele, a quantidade destes fluídos corporais era a principal responsável pelo estado de equilíbrio ou de doença.

Sua teoria influenciou um outro importante estudioso, Galeno, que desenvolveu a teoria de Hipócrates (teoria dos humores) dominando este conhecimento até o século XVIII.

O famoso Juramento de Hipócrates foi criado a partir de sua inquestionável conduta ética.

Juramento de Hipócrates

" Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

domingo, 13 de setembro de 2009

Lamarck

Teorias de Lamarck

Teoria do Uso e Desuso
Explica que os órgãos que são pouco utilizados durante a vida de um animal vai, com o passar do tempo, atrofiando e perdendo suas funções até desaparecer. Por outro lado, os órgãos mais utilizados, cujas funções para a sobrevivência são fundamentais, tendem a ganhar força e se desenvolverem de forma proporcional ao tempo utilizado. Para explicar esta teoria, Lamarck utilizou o exemplo das girafas. Estes animais, necessitando obter seus alimentos no topo de árvores altas, fortaleciam com tempo (de gerações para gerações) o pescoço e, por isso, tinham esta parte do corpo bem desenvolvida.

Teoria das características adquiridas
Lamarck afirmava que o meio ambiente estava permanentemente sofrendo modificações e evoluções. Logo, o corpo dos seres vivos possuíam a capacidade de transformação com o objetivo de se adaptarem às mudanças do meio ambiente. As transformações adquiridas por uma espécie seriam transmitidas para seus descendentes. Como o passar de gerações (milhões de anos) as espécies vão acumulando transformações, dando origem a novos grupos de seres vivos. Em suma, as modificações do meio ambiente vão “forçando” e gerando necessidades de transformações anatômicas, orgânicas e comportamentais nas espécies.

As teorias de Lamarck influenciaram os estudos evolucionistas desenvolvidos por Charles Darwin. Na terceira edição de Origem das Espécies, Darwin chegou a elogiar as pesquisas de Lamarck.

As pesquisas nas áreas de genética e hereditariedade, desenvolvidas na segunda metade do século XX, invalidaram a teoria das características adquiridas desenvolvidas por Lamarck.

Biografia

Jean Baptiste Lamarck nasceu no dia 1 de agosto de 1744 na cidade de Bazentin (França) e faleceu no ano de 1829, em Paris. Foi um importante biólogo, pois seus estudos contribuíram muito para a sistematização dos conhecimentos da História Natural.

Foi Lamarck quem começou a usar o termo “biologia” para designar a ciência que estuda os seres vivos. Foi este cientista também que fundou os estudos de paleontologia dos invertebrados.

As teorias desenvolvidas por Lamarck eram transformistas, ou seja, partia do princípio de que os seres vivos evoluem e se transformam. Desta forma, os organismos mais simples, com o passar do tempo, iriam se transformando em seres mais complexos, até atingirem uma condição de vida ideal e perfeita.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

PARKINSON

O Parkinson é uma doença neurológica que compromete os movimentos da pessoa. Ao contrário do que se imagina, a memória e a inteligência dos indivíduos com Parkinson não são comprometidas, ou seja, a pessoa continua a recordar de fatos e acontecimentos.
Ainda não se sabe o que origina a doença*, mas sabe-se que essa atua na degeneração e morte dos neurônios que produzem a dopamina no sistema nervoso central.

A perda de produção da dopamina provoca a perda da condução de neurotransmissores, (as correntes nervosas) pelo corpo, que são responsáveis pela coordenação e controle de todos os movimentos que o organismo pode ter. Dessa forma, a falta da dopamina no organismo causa cansaço, fraqueza, tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, dificuldade para se movimentar, alterações na fala e outros. É sabido que o aparecimento de tais sintomas só ocorre quando cerca de 80% dos neurônios já estão mortos.

De forma lenta, os sinais começam a aparecer podendo ou não serem percebidos pelo indivíduo. Porém, em estágio mais avançado, pode-se fazer algumas modificações de hábitos para que o indivíduo se adapte à sua nova condição, já que a doença não tem cura. É importante o acompanhamento e o auxílio de profissionais nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e nutrição, para juntos facilitarem a vida do indivíduo em suas atividades diárias, tornando-o independente apesar de suas limitações.

*Existem hipóteses sobre a origem da doença, mas nenhuma ainda foi comprovada. Essas afirmam haver relações com a ação de toxinas ambientais no organismo, o acúmulo dos radicais livres no metabolismo, anomalias nas mitocôndrias e predisposição genética

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SISTEMA IMUNOLÓGICO

Sistema imunológico, também chamado de sistema imune, é o sistema corporal cuja função primordial consiste em destruir os agentes patogênicos que encontrar. Qualquer agente considerado estranho por um sistema imunológico denomina-se antígeno.
Componentes

Consiste de seis componentes principais, dos quais três são diferentes tipos de células, e os outros proteínas solúveis. As três categorias de células imunológicas são: granulócitos, monócitos/macrófagos e linfócitos. Os granulócitos fagocitam os antígenos que penetram no corpo. Os monócitos recebem o nome de macrófagos quando se encontram localizados nos tecidos, fora da circulação sanguínea. Além de também ingerir substâncias estranhas, alteram os antígenos, tornando mais fácil e eficaz a resposta imune dos linfócitos. Há dois tipos principais de linfócitos: os linfócitos B são os responsáveis pela produção dos componentes do soro do sangue chamados imunoglobulinas (imunidade humoral). Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular; isto é, atacam e destroem diretamente os antígenos. Os três tipos de proteínas que formam parte do sistema imunológico são as imunoglobulinas, as citocinas e as proteínas do complemento. As imunoglobulinas ou anticorpos combinam-se de forma precisa com um tipo específico de antígeno e contribuem para sua eliminação. Algumas citocinas amplificam uma resposta imunológica que está em curso e outras podem suprimir uma resposta imunológica em funcionamento. As proteínas do complemento podem unir-se ao complexo formado pelo anticorpo e antígeno, facilitando a fagocitose pelas células imunológicas.
A resposta imunológica

Quando um antígeno, por exemplo uma bactéria, consegue superar a primeira linha de defesa do corpo, por exemplo a pele, encontra-se em primeiro lugar com os granulócitos e os monócitos, sendo neutralizado em parte por anticorpos preexistentes e pelas proteínas do complemento. Em seguida, os linfócitos e os macrófagos interagem no lugar onde a bactéria penetrou, amplificando a resposta imunológica; são sintetizados anticorpos mais específicos e eficazes. Se tudo funcionar, o sistema imunológico supera a bactéria, de modo que a doença fique sob controle. Neste momento, entram em ação mecanismos auto-reguladores supressores que detêm a resposta imunológica; as citocinas têm grande importância neste processo.
Doenças imunológicas e imunodeficiências

Certas doenças de importância clínica estão relacionadas a deficiências do sistema imunológico e outras estão relacionadas a um funcionamento anormal deste sistema. Nos últimos anos, a imunodeficiência que atraiu maior atenção do público foi a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Anticorpo

Qualquer das cerca de um milhão de moléculas protéicas que eliminam as substâncias estranhas. Os anticorpos, que são um componente importante do sistema imunológico, estão em todos os vertebrados na fração do sangue chamada gamaglobulina. A síntese dos anticorpos começa quando uma substância estranha, chamada antígeno, penetra no organismo. Os antígenos habituais são os componentes protéicos de bactérias, vírus e outros microorganismos. Os anticorpos se unem à superfície de bactérias, vírus ou toxinas, eliminando-os de três formas: por inativação direta, permitindo que outras células sanguíneas os englobem e destruam (Ver Fagocitose) e/ou tornando-os vulneráveis à destruição por outras proteínas sanguíneas (grupo denominado complemento). As cinco classes conhecidas de anticorpos distingüem-se pelas letras M, G, E, A e D, todas precedidas pela abreviatura Ig de imunoglobulina, outro nome dado aos anticorpos. Ver Imunização.
Doenças relacionadas so sitema imunológico
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids)

Estado final da infecção crônica provocada pelo retrovírus HIV (vírus da imunodeficiência humana). É uma doença que anula a capacidade do sistema imunológico de defender o organismo de múltiplos microorganismos, causando, entre outros problemas, infecções graves. Caracteriza-se por astenia e perda de peso acentuadas, bem como por uma incidência elevada de certos cânceres, especialmente o sarcoma de Kaposi e o linfoma de célula B. Transmite-se pelo sangue, por contato homossexual ou heterossexual e, através da placenta, da mãe infectada ao feto. As transfusões sangüíneas foram uma via importante de transmissão, antes do desenvolvimento de um teste confiável para a detecção do vírus no sangue. Um dos mecanismos principais de transmissão e difusão da doença é o uso compartilhado, pelos viciados em drogas, de agulhas contaminadas com sangue infectado. Nos países ocidentais, o maior número de casos ocorreu por transmissão sexual. O vírus HIV permanece inativo por um tempo variável, no interior das células T infectadas, e pode demorar até 10 anos para desencadear a moléstia.
HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)

Membro da família de vírus conhecida como Retroviridae (retrovírus), classificado na subfamília dos Lentiviridae (lentivírus). Estes vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. A infecção humana pelo vírus HIV provoca uma moléstia complexa denominada síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Alergia

Doença caracterizada por uma hipersensibilidade a determinadas substâncias inócuas para a maioria dos indivíduos, provocada por um erro no sistema imunológico. Os alérgicos não são capazes de diferenciar as substâncias nocivas das inócuas e geram anticorpos contra uma ou várias substâncias inofensivas, desencadeando uma reação alérgica. Esta pode consistir em espirros e secreção aqüosa nasal, ataques de asma, ou ardência e urticária na pele. O alérgeno (antígeno da reação alérgica) pode ser inalado, como a poeira ou o pólen; ingerido, como as proteínas da clara de ovo ou o marisco; injetado, como a penicilina, ou atuar por mero contato, como a lã.

Alergia e intolerância alimentar, condições que provocam reações adversas em certas pessoas com a ingestão de determinados alimentos.

Alergia aguda alimentar As reações agudas aos alimentos são freqüentemente as mais visíveis e perigosas de todas as alergias. Alguém que seja alérgico a frutas secas, por exemplo, pode apresentar uma inflamação grave na língua e no rosto e severos ataques de asma e, até mesmo, morrer. Essas alergias a alimentos podem afetar quase todas as regiões do corpo, dando lugar a alterações como eczema, asma e urticária.
Intolerância a alimentos

Significa qualquer reação adversa a um alimento em que, diferentemente do que ocorre nas reações alérgicas, o sistema imunológico não é envolvido. Por exemplo, no caso de certas pessoas que não possuem uma substância química (uma enzima) nas paredes do intestino responsável pela separação dos açúcares. A carência dessa enzima específica (lactase) gera uma intolerância à lactose.
O Sistema Linfático Compõem-se De:

Capilares linfáticos; Sistema de vasos linfáticos; Linfonodos ou gânglios linfáticos;

O fluído (linfa) dos tecido que não volta aos vasos sanguíneos é drenado para os capilares linfáticos existentes entre as células. Estes se ligam para formar vasos maiores, que desembocam em veias que chegam ao coração.
Capilares Linfáticos

Eles coletam a linfa (um líquido transparente, levemente amarelado ou incolor - 99% dos glóbulos brancos presentes na linfa são linfócitos) nos vários órgãos e tecidos. Existem em maior quantidade na derme da pele.
Vasos Linfáticos

Esses vasos conduzem a linfa dos capilares linfáticos para a corrente sanguínea. Há vasos linfáticos superficiais e vasos linfáticos profundos. Os superficiais estão colocados imediatamente sob a pele e acompanham as veias superficiais. Os profundos, em menor número, porém maiores que os superficiais, acompanham os vasos sanguíneos profundos.

Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas que impedem o refluxo, como no sistema venoso da circulação sanguínea. Gânglios Linfáticos Em diversos pontos da rede linfática existem gânglios (ou nodos) linfáticos (pequenos órgãos perfurados por canais). A linfa, em seu caminho para o coração, circula pelo interior desses gânglios, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias e resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos existentes nos gânglios linfáticos.

O gânglios linfáticos são órgãos de defesa do organismo humano, e produzem anti-corpos. Quando este é invadido por microorganismos, por exemplo, glóbulos brancos dos gânglios linfáticos próximo ao local da invasão, começam a se multiplicar ativamente, para dar combate aos invasores. Com isso, os gânglios incham, formando as ínguas. É possível, muitas vezes, detectar um processo infeccioso pela existência de gânglios linfáticos inchados.
Baço

O baço está situado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago e o músculo diafragma. É mole e esponjoso, fragmenta-se facilmente, e sua cor é vermelho-violácea escura. No adulto, mede cerca de 13 cm de comprimento e 8 a 10 cm de largura. É reconhecido como órgão linfático porque contém nódulos linfáticos repletos de linfócitos.
O sistema imunológico tem como função reconhecer agentes agressores e defender o organismo da sua acção, sendo constituído por órgãos, células e moléculas que asseguram essa protecção.

Entre as células do sistema imunológico, encontramos os glóbulos brancos, ou leucócitos. Existem vários tipos de glóbulos brancos, com funções imunológicas específicas e diferenciadas, nomeadamente: os linfócitos, os neutrófilos polimorfonucleares, os eosinófilos, os basófilos e os monócitos.

Por sua vez, os linfócitos podem ser de dois tipos: linfócitos T e linfócitos B.

Os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, em resposta a elementos estranhos (os antigénios) e estes sintetizam anticorpos para combater os elementos invasores. Este tipo de resposta imunológica designa-se por Imunidade Humoral.

Os linfócitos T são responsáveis pela resposta imunológica designada como Imunidade Celular. Podem ser linfócitos T4 (também conhecidos como células CD4) ou auxiliadores e são o elemento vigilante que alerta o sistema imunológico para a necessidade de lutar contra o visitante indesejado através da síntese de substâncias químicas (as citocinas); e linfócitos T8 (também conhecidos como células CD8) ou citotóxicos que são aqueles que destroem as células que estiverem infectadas.

O sistema imunológico conta ainda com os macrófagos, que resultam da diferenciação dos monócitos. Os macrófagos digerem as células mortas e os elementos invasores, agindo sobretudo nos órgãos afectados.

Os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea, um dos órgãos primários do sistema imunológico, juntamente com o timo. Os órgãos secundários são o baço, as amígdalas e os adenóides e o sistema linfático, que inclui ou gânglios linfáticos.

A entrada do VIH no corpo e a sua multiplicação acelerada provocam uma diminuição dos linfócitos T auxiliadores (as células CD4), que são, precisamente, aqueles que dão ordens aos outros «soldados» para actuar contra os inimigos. Com o sistema imunológico enfraquecido, o seropositivo fica mais vulnerável aos microorganismos causadores de certas doenças, as chamadas doenças oportunistas, que, regra geral, não atormentam as pessoas com um sistema de defesa forte.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Neurônios, estresse pode mata-los

Que viver estressado favorece uma série de encrencas no corpo inteiro, de diabete a problemas cardiovasculares, passando por depressão e até mesmo infertilidade, já está mais do que comprovado. Agora, cientistas de dois importantes centros de pesquisa paulistanos, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descobriram mais um efeito nocivo — para não dizer devastador — das reações orgânicas ao estado de tensão permanente: uma inflamação no cérebro. Mais precisamente no hipocampo, área da massa cinzenta associada à memória, e no córtex frontal, responsável pelos nossos raciocínios mais complexos. Isso pode, com o tempo, levar os neurônios à morte.

IMAGEMTXTOs danos causados pelo desaparecimento gradual dessas células nervosas vão de pequenos lapsos de memória até doenças degenerativas, como os males de Alzheimer e Parkinson. O estresse, claro, em princípio não existe para nos atacar — ao contrário, seria uma reação de defesa do organismo diante de um perigo iminente, despejando substâncias que preparam o corpo para fugir ou lutar. E nem precisa ser uma ameaça tão aterrorizante quanto a que enfrentava o homem primitivo diante de um animal selvagem. Pequenos sustos no dia-a-dia ou viver com a cabeça mergulhada em problemas podem disparar a mesma cascata hormonal. E, se isso se torna freqüente... A ameaça do estresse é tão séria que os pesquisadores alertam: tem mais chances de preservar seus neurônios quem consegue levar uma vida sem grandes sobressaltos. Até parece um contra-senso, mas o cortisol, hormônio que o corpo secreta em situações estressantes, é capaz de funcionar como um potente antiinflamatório. Em pequena quantidade, bem entendido. "Senão, o efeito é exatamente o oposto", ressalta o neurofarmacologista Cristoforo Scavone, chefe do estudo da USP. Em altas doses, esse hormônio aciona uma proteína chamada fator de transcrição kappa B no interior das células cerebrais. Essa substância, por sua vez, ativa três genes responsáveis pela produção de proteínas associadas à inflamação, que também podem leválas à morte por cansaço.


Quando as tensões acumuladas ultrapassam o limite do suportável, o corpo acusa o golpe, assim como a mente. "O medo e a ansiedade tiram de cena o pensamento lógico e podem levar o indivíduo a imaginar situações de pânico", lembra uma das
maiores especialistas brasileiras em estresse, a psicóloga Marilda Lipp, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior paulista.

Infelizmente, hoje em dia nem mesmo quem mora longe das metrópoles está livre de fantasiar um assalto ao sair de um caixa eletrônico, por exemplo, desencadeando o chamado estresse por antecipação - uma forma, aliás, que acomete exclusivamente os pobres e estressados seres humanos. Os outros animais só sofrem diante de perigos reais, como fi car cara a cara com o predador. "É o preço que pagamos por sermos inteligentes", provoca a farmacologista Carolina Demarchi Munhoz, uma das autoras do estudo feito na USP, hoje atuando na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Se é assim, por triste ironia, é a inteligência que está destruindo os nossos neurônios. Melhor seria usá-la para tocar a vida de um jeito mais sábio — quer dizer, mais calmo

TUMORES CEREBRAIS

Câncer cerebral, lesão cerebral, neoplasia cerebral.

O que é?

São todas as lesões ou massas expansivas dentro do crânio que surgem devido a multiplicação desordenada de células normais ou anormais. Os tumores podem ser originários das células do próprio cérebro e estes são chamados de tumores de células gliais. Alguns outros são originários das membranas que recobrem o cérebro e são os tumores das meninges ou meningeomas. Pelo fato de termos nervos que saem do cérebro, podemos ter tumores das bainhas dos nervos que são chamados neuromas ou neurinomas. Por fim, temos os tumores que são originários de outros órgãos ou tecidos que podem se disseminar pelo sangue, que são os chamados tumores metastáticos.

A medula também faz parte do sistema nervoso central e, portanto, pode apresentar o mesmo tipo de tumores descritos para o cérebro.

Como se desenvolve?

Não há uma causa única, mas diversas causas para o surgimento de tumores cerebrais.

Foram identificados alguns genes que podem levar ao surgimento de tumores pelo corpo como no cérebro que são chamadas facomatoses. Outra causa de tumores são as radiações que são usadas para tratar tumores, mas que podem levar ao surgimento de outros.

Algumas substâncias químicas também foram apontadas como prováveis indutoras de tumores cerebrais, mas até o momento não existe uma comprovação exata.

A última hipótese é que alguns dos tumores cerebrais sejam induzidos por vírus, pois em alguns pacientes com gliomas houve positividade na sorologia do herpes vírus nestes pacientes.

O que se sente?

Os sintomas são bastante variáveis, porém de um modo geral são: cefaléia (preferencialmente pela manhã), vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no rosto, perda de força em um lado do corpo, perda de sensibilidade nos braços.

Somente a correlação destes sintomas e da história clínica do paciente pode levar a suspeita de tumor cerebral, pois muitos destes sintomas são inespecíficos.

Como o médico faz o diagnóstico?

O médico neurologista faz o diagnóstico com o auxílio da história do paciente e exames neurológicos detalhados levam à suspeição de um tumor cerebral.

O diagnóstico de certeza de um tumor cerebral é dado por exames complementares como a tomografia computadorizada e da ressonância nuclear magnética o eletroencefalograma e raios-X de crânio e/ou coluna.

Como se trata?

O tratamento dos tumores cerebrais é muito variado, pois existem vários tipos de tumores em lugares também distintos.

Como regra geral os tumores cerebrais são de indicação cirúrgica. Caso sejam benignos, únicos, com a remoção completa poderá haver cura.

Nos casos de tumores múltiplos (metástases), malignos e com ressecção incompleta, o tratamento pode ser cirurgia para diagnóstico com complementação de radioterapia e quimioterapia, quando necessário.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Condiloma Acuminado HPV

Conceito

Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões papilares (elevações da pele) as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas).
Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher.
Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal.
Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à vista desarmada, mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente (sem nenhuma manifestação detectável pelo paciente).

Sinônimos

Jacaré, jacaré de crista, crista de galo, verruga genital.

Agente

Papilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus. HPV é o nome de um grupo de virus que inclue mais de 100 tipos. As verrugas genitais ou condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo virus do grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Os tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns). Outros tipos tem um potencial oncogênico (que pode desenvolver câncer) maior do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56) e são os que tem maior importância clínica.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só podem ser diagnosticada por meio de testes para detecção do virus).
Alguns trabalhos médicos referem-se a possibilidade de que 10-20% da população feminina sexualmente ativa, possa estar infectada pelos HPV.
A principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino.

Complicações/Consequências

Câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.

Transmissão

Contacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido.
O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto.
Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual : em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.

Período de Incubação

Semanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o virus pode permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o aparecimento das lesões, não é possível estabelecer o intervalor mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento das lesões, que pode ser de algumas semanas até anos ou décadas).

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). Eventualmente recorre-se a uma biópsia da lesão suspeita.

Tratamento

O tratamento visa a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do colo uterino).
Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos, cauterizações etc). As recidivas (retorno da doença) podem ocorrer e são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado.
Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente.
Não existe ainda um medicamento que erradique o virus, mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do organismo.
Já existem vacinas para proteção contra alguns tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.

Prevenção

Camisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção. Ter parceiro fixo ou reduzir numero de parceiros. Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Avaliação do(a) parceiro(a). Abstinência sexual durante o tratamento.
Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).

Condiloma vaginal.



Condiloma peniano.

GONORRÉIA


O que é gonorréia

A gonorréia é uma doença sexualmente transmissível (DST) curável. Gonorréia é a segunda doença sexualmente transmissível decorrente de bactéria mais comum nos EUA, depois da clamídia. A gonorréia pode se espalhar para o útero e tubos de falópio, resultando em doença inflamatória pélvica, a qual pode ocasionar gravidez tubária e infertilidade em mais de 10% das mulheres afetadas. Além de poder ocasionar doença inflamatória pélvica, alguns pesquisadores acreditam que a gonorréia aumenta o risco de ser infectado pelo HIV.

Causa da gonorréia

A gonorréia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Essa bactéria pode infectar o trato genital, boca e reto, tanto em homens como em mulheres. Nas mulheres a abertura do útero (cérvix) é o principal local da infecção.

Transmissão da gonorréia

Pode haver transmissão da gonorréia durante sexo vaginal, oral ou anal com um parceiro infectado. Se a mulher grávida tiver gonorréia, ela pode transmiti-la ao bebê durante o parto.

Sintomas da gonorréia

A gonorréia pode provocar corrimentos em mulheres e homens. Um pequeno número de pessoas pode ser infectado por gonorréia e não apresentar sintomas por vários meses.

Para mulheres, os primeiros sintomas da gonorréia geralmente são leves e costumam aparecer de 2 a 10 dias depois do contato sexual com parceiro infectado. Quando a mulher apresenta sintomas, os primeiros deles podem incluir:
* Sangramento durante intercurso vaginal.
* Sensação de dor ou queimação ao urinar.
* Corrimento vaginal amarelo ou com sangue

Sintomas mais avançados, os quais podem indicar o desenvolvimento de doença inflamatória pélvica, incluem cólicas e dor, sangramento fora do período de menstruação, vômito e febre.

Homens costumam ter sintomas mais freqüentemente do que mulheres, os quais pode incluir:
* Pus branco, amarelo ou verde saindo do pênis sem dor.
* Sensação de queimação ao urinar, que pode ser forte.
* Testículos doloridos ou inchados.

Se não for tratada, a gonorréia em homens pode ocasionar complicações na próstata e epididimite (inflamação dos testículos).

Sintomas da infecção no reto incluem corrimento, coceira e ocasionalmente movimentos do intestino doloridos com sangue fresco nas fezes. Os sintomas geralmente surgem de 2 a 5 dias depois da infecção, mas podem demorar até 30 dias para aparecer.

Tratamento da gonorréia

O médico geralmente prescreve uma dose única de antibiótico para tratar a gonorréia. Caso a mulher esteja grávida, ou tiver menos de 18 anos de idade, ela não deve ser tratada com certos tipos de antibióticos. Gonorréia e clamídia muitas vezes infectam a pessoa ao mesmo tempo. Desta forma, médicos muitas vezes prescrevem uma combinação de antibióticos para as duas infecções. Caso a pessoa tenha gonorréia, todos os seus parceiros sexuais devem fazer teste e passar por tratamento caso tenham sido infectados, mesmo que não apresentem sintomas. Os médicos também recomendam a pessoa não ter relações sexuais até que o parceiro infectado seja tratado.

Prevenção da gonorréia

A forma mais segura de evitar transmissão de DSTs é manter relação monogâmica com parceiro testado e não infectado. A utilização correta de preservativo masculino durante sexo vaginal e anal pode reduzir o risco de infecção por gonorréia.

Complicações decorrentes da gonorréia

Se a gonorréia não for tratada, a bactéria pode se espalhar pelo trato reprodutivo ou, mais raramente, entrar na corrente sanguínea e infectar as articulações, válvulas cardíacas ou cérebro.

A complicação mais comum de gonorréia não tratada é a doença inflamatória pélvica, a qual geralmente aparece imediatamente depois do período menstrual. A doença inflamatória pélvica causa cicatriz nos tubos de falópio. Se o tubo ficar com cicatriz, o ovo fertilizado pode não ser capaz de passar para o útero. Se isso acontecer, o embrião pode ser implantado no tubo, causando gravidez tubária (gravidez ectópica). Essa é uma complicação séria que pode resultar em aborto natural ou causar a morte da mãe.

Em homens, a gonorréia pode causar epididimite, uma condição dolorosa dos testículos que pode ocasionar infertilidade se não for tratada. A gonorréia também pode afetar a próstata e causar cicatriz no canal urinário.

Complicações da gonorréia em crianças e recém-nascidos

Se a mulher estiver grávida e tiver gonorréia, ela pode passar a infecção ao bebê durante o parto. O médico pode evitar a infecção do bebê aplicando remédios logo após o nascimento. Os médicos recomendam que a mulher grávida faça pelo menos um teste para gonorréia durante o pré-natal. Quando gonorréia ocorre no trato genital, boca ou reto de crianças, isso é geralmente devido a abuso sexual.

terça-feira, 7 de julho de 2009

VERMES, BACTERIAS, PROTOZOÁRIOS E VIRUS

VÍRUS




Um ser sem reino:

Os vírus são seres diminutos, visíveis apenas ao microscópio eletrônicos, constituídos por apenas duas classes de substâncias químicas: ácidos nucleícos, que pode ser DNA ou RNA e proteína.
Não têm estrutura celular (acelular), ausência de metabolismo (ametabólico), só se reproduzem dentro de uma célula hospedeira (parasita obrigatório). Visto somente ao microscópio eletrônico.
Os vírus são considerados como uma forma de vida por se multiplicarem,realizarem mutação e apresentarem ácido nucléico.
Entre as viroses temos a hepatite, sarampo, catapora, rubéola, dengue, poliomielite, encefalite, gripe e AIDS

Bactérias

As bactérias são os organismos mais disseminados pela Terra, vivem praticamente em todos os ambientes. São na maioria de nutrição heterótrofa, vivendo da saprobiose, do mutualismo e parasitismo.
As bactérias autótrofas realizam a fotossíntese ou então a quimiossíntese.
Quanto a respiração podem ser anaeróbicas (Clostridium tetani) e aeróbica, que representa a grande maioria. Seu material genético é constituído de um cromossomo bacteriano. Este cromossomo às vezes faz um volume que acaba constituindo o nucleóide.

Entre as bacterioses, temos o tétano, pneumonia, tuberculose, difteria, sífilis, blenorragia, coqueluche, leptospirose, hanseníase, cólera, febre tifóide e meningite.

As bactérias de forma esférica podem ser:

Diplococos. Ex. gonococos
Tétrade - quatro cocos formando um quadrado
Sarcina - vários cocos com aspecto cúbito
Estreptococos - forma de cadeia. Ex. Streptococcus pyogenes
Estafilococos - forma de cacho. Ex. Staphylococcus aureus

- Bacilos (bastonetes). Ex. Bacilos de Koch e de Hansen
- Espirilos (filamentos). Ex. Spirillum gallinarum
- Vibriões (vírgula). Ex. Vibrio cholerae


Protozoários


São organismos unicelulares eucariontes (seres cujas células já apresentam organelas especializadas e núcleo individualizado).
- Nutrição heterótrofa, obtendo alimento por ingestão ou absorção.
- Parasita ou de vida livre, alguns em colônia.

- Principais Filos
:



Sarcodina ou Rhizopoda (produzem pseudópodes)
Entamoeba histolytica e Amoeba proteus

. Mastigophora ou Flagellata (possuem flagelo)
Trypanosoma cruzi (doença de Chagas), Leishmania brasiliensis (úlcera de Bauru), Giardia lambria (giardíase)e Trichomona vaginalis (vaginite)

Ciliophora ou Ciliata (possuem cílios)
Paramecium caudatum e Balantidium coli

Sporozoa (não possuem meios próprios de locomoção
Plasmodium (vivax, malariae e falciporum).

A classificação acima se baseia na presença e no tipo de estrutura utilizada na locomoção

Os pseudópodes, flagelos e cílios são utilizados tanto para locomoção quanto para a captura de alimentos.

Algumas Protozooses


Protozooses são todas as doenças transmissíveis causadas por protozoários. Algumas protozooses ocupam posição de destaque entre as principais endemias brasileiras, como a malária, a doença de Chagas e amebíase.

- Amebíase
- Giardíase
- Balantidiose
- Tricomosíase
- Toxoplasmose
- Malária
- Doença de Chagas
- Leishmaniose

Amebíase (disenteria amebiana)

O agente etiológico dessa moléstia é a Entamoeba hitolytica, um protozoário rizopode, conhecida por ameba. Este protozoário chega até o homem através da água e alimentos contaminados.
A entamoeba parasita principalmente o intestino grosso do homem, provocando ulcerações e se alimentando de glóbulos vermelhos. No intestino se reproduz assexuadamente por cissiparidade.
O exame de fezes das pessoas afetadas revela a presença de formas trofozoíticas ou vegetativas ou císticas (forma esférica com quatro núcleos bem distintos e um envoltório espesso). No meio ambiente, os trofozoítos morrem com facilidade, mas os cistos resistem por longo tempo ao ressecamento e ao calor, representando a forma infectante da ameba.

Sintomologia: Fezes líquidas, às vezes co sangue, fortes dores abdominais, náuseas, vômitos, com ameaça de lipotímia (desmaio).
Profilaxia: Cuidados pessoais de higiene, oferecimento de melhores condições de saneamento básico.

Giardíase

O agente etiológico dessa moléstia é a Giardia lambria ou Giárdia intestinalis, um protozoário flagelado, que chaga até o homem através da água e alimentos contaminados.
A giárdia se instala no jejuno-íleo e, freqüentemente, sobe pelo canal colédoco indo se alojar na vesícula biliar, dificultando o tratamento.
É também encontrada na forma cística.
Sintomologia: Fortes diarréias podendo levar o doente a desidratação e fortes dores abdominais.
Profilaxia: Cuidados pessoais de higiene, oferecimento de melhores condições de saneamento básico.,p>
Balantidiose

O agente etiológico dessa moléstia é Balantidium coli, um protozoário ciliado. Que chega ao homem pela água e alimentos contaminados.
O balantidium se instala no intestino grosso, revelando características comuns às disenterias, com cólicas intensas e tenesmos (vontade de evacuar quando não há mais o que eliminar) e diarréia.
Os cuidados profiláticos são semelhantes aos indicados para amebíase e giradíase.

Tricomoníase


O agente etiológico dessa moléstia é a Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado, encontrado apenas na forma trofozoítica.
O trichomona é muito comum no nosso meio, provocando nas mulheres um processo inflamatório vaginal (vaginite), com fluxo e corrimento, podendo apresenta ardência e coceira na vulva.
O contágio se dá de forma direta por meio do uso comum de roupas íntimas e toalhas. O ato sexual representa uma outra maneira de contágio ou recontágio, pois o homem pode se manter infectado assintomático e, dessa maneira a mulher, já curada da doença, após o tratamento volta a se contaminar.
O tratamento exige, para que se obtenha bons resultados, que seja estendido ao parceiro.
O tratamento é feito com cremes vaginais, além de tratamento sistêmico por via oral.

Toxoplasmose

O agente etiológico dessa moléstia o Toxoplasma gondii, um esporozoário. Trata-se de uma doença de contágio indireto.
O parasita, durante seu ciclo vital, passa por um estágio de reprodução assexuada, nos organismos dos ratos, cães e gatos e, por um fase de reprodução sexuada (esquizogonia), no organismo humano.
A contaminação se faz através da água, alimentos e objetos de uso comum que tiveram contato com a urina dos animais afetados.
A moléstia se manifesta com febre, exantema (manchas puntiformes avermelhadas na pele), gânglios aumentados, aumento do fígado e baço, podendo complicar com pneumonia e encefalite. Existe uma forma congênita, quando a mulher grávida portadora da doença, serve como meio para a contaminação do feto. O Toxoplasma atravessa a placenta, atingindo o organismo fetal, provocando lesões oculares graves, no crânio e encéfalo, o que justifica a hidrocefalia e microcefalia.

Malaria

Os agentes etiológicos dessa moléstia são os protozoários esporozoários do gênero Plasmodium. Conhecida por diversos nomes, como maleita, paludismo, impaludismo e febre intermitente é uma das mais importantes endemias brasileiras.
A malária é transmitida ao homem pela picada do mosquito Anopheles tarsimaculatus.
No mosquito, algumas células do plasmodium, procedem como gametas, fundem-se e formam os ovos, no qual resultam em esporozoitos (sexuada), que vão se alojar nas glândulas salivares do mosquito. Ao picar o indivíduo, nele injeta esses esporozoítos.
No organismo humano, os plasmodium passam por um ciclo esquizogônio ou assexuada, parasitando as hemácias, onde se multiplicam até destruí-las. Cada vez que ocorre a hemólise (ruptura de um grande número de hemácias), o paciente revela um surto febril, podendo chegar a 41ºC, com tremores incontroláveis, calafrios intensos, seguidos, depois de um onda de calor com profunda sudorese.
Plasmodium malariae = surtos febris de 72 em 72 horas (febre quartã), a mais benigna forma da malária.
Plasmodium vivax = surtos febris de 48 em 48 horas (febre terçã benigna).
Plamodium falciparum = a forma mais grave – a febre teça maligna, cujos acessos se manifestam dd 24 em 24 horas.
O tratamento é profilaxia são feitos com produtos à base de quinino e sulfonamidas.
A pulverização de córregos, lagoas e poças de água parada com inseticida é uma maneira de combater o mosquito.

Doença de Chagas (Tripanossomose)


O agente etiológico dessa moléstia é o protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, descoberto em 1909 pelo cientista brasileiro Carlos Chagas. A doença de Chagas é uma das mais graves endemias brasileira.
O Trypanosoma vive no intestino de um percevejo hematófago, conhecido popularmente como barbeiro ou chupança (Triatoma infestans, Pantrongylus megistus), onde se reproduz, sendo, eliminado juntamente com as fezes do inseto.
Ao penetrar na pele, o Trypanosoma alcança a circulação sanguínea, se fixando do coração. A doença tem evolução lenta, caráter crônico, levando, às vezes muitos anos para ocasionar a morte do doente, por insuficiência cardíaca progressiva.
A penetração do parasita, também se dar através da mucosa conjuntiva, quando leva a mão contaminada pelas vezes do percevejo aos olhos, por transfusão sanguínea e pela placenta da mulher grávida atingindo o feto.
As principais medidas preventivas consistem em substituir as moradas de barro e madeira por outras de tijolos, que não tenham frestas onde o barbeiro possa se esconder, exigir em transfusão de sangue a garantia da qualidade do sangue e a pulverização com inseticida.

OBS. O Trypanosoma gambiense é o agente etiológico da doença do sono ou tripanossomose africana. O parasita é inoculado no homem juntamente com a saliva da mosca hematófaga tsé-tsé (Glossina palpalis), atinge o SNC, onde provoca lesões que determinam na vítima um estado de sonolência praticamente contínuo, além de uma progressiva debilidade das funções vitais (caquexia) podendo levar a morte.

Leishmaniose ou Úlcera de Bauru

O agente etiológico dessa moléstia é um protozoário flagelado chamado Leishmania brasiliensis, que ataca a pele e as mucosas dos lábios e nariz produzindo muitas feridas. A úlcera de Bauru. A Leishmania é transmitida pelo mosquito flebótomo – palha ou birigui (Phlebotomus intermedius).
O tratamento e profilaxia são mesmos utilizados para a malária.
Vermes

Vermes achatados (platelmintos)
a) Turbellaria - Planária (Dugesia tigrina)
b) Trematoda - Schistosoma mansoni ou esquistossomo
c) Cestoda - Taenia solium e Taenia saginata ou solitária

Vermes cilíndricos (nematelmintos)

a) Ancylostoma duodenalis - causa a ancilostomose ou amarelão
Ascaris lumbricoides - causa a ascaridíase
Wuchereria bancrofti - causa a elefantísase ou filariose
Enterobios vermicularis (oxiúros) - causa a enterobiase ou oxiurose.

Doença Agente Etiológico Modo de Transmissão Profilaxia
Tétano Clostridium tetanii Objetos contaminados e ferimentos profundos Vacinação
Pneumonia Diplococcus pneumoniae Inalação de ar contaminado Evitar contato com pessoas infectadas
Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Inalação de ar contaminado Vacinação
Sífilis Treponema pallidu Contato sexual e transfusão de sangue Uso de preservativo e verificar a qualidade do sangue
Meningite Neisseria meningitidis Inalação de ar contaminado Vacinação e evitar ambientes fechados sem ventilação
Botulismo Clostridium botulinum Ingestão de alimentos contaminados Verificar a qualidade do alimento
Coqueluche Hemophilus pertusis Inalação de ar contaminado Vacinação
Cólera Vibrio cholerae Contaminação fecal de água ou alimentos Higiene pessoal e verificar a qualidade da água e alimentos
Escarlatina Streptococus pyogenes Inalação de ar contaminado Vacinação

Leptospirose Leptospira interrogam Água contaminada pela urina dorato Evitar contato com água contaminada

Doença de Chagas Trypanosoma cruzi Fezes contaminada do barbeiro e transfusão de sangue Pulverização, controle de sangue e melhorar a condição de vida rural

Malária ou Impaludismo Plasmodium vivax, malariae e falciparum Picada no mosquito Anopheles Pulverização

Leishimaniose ou úlcera de baurú Leishmania brasiliensis Picada do mosquito palha ou birigui (Phlebotomus) Pulverização
Doença do sono Trypanosoma gambiensis Picada do mosquito tsé-tsé Pulverização
Toxoplasmose Toxoplasma gondii Contato com animais contaminados (rato, cão, gato) Evitar contato com animais contaminados e higiene pessoal
Teníase e Cisticercose Taenia solium e Taenia saginata Ingestão de carne de porco e boi contaminadas Construção de instalação sanitárias adequada e cozinhar bem as carnes
Esquistossomose Schistosoma mansoni Penetração da larva cercária através da pele Combate ao caramujo (Biomphalaria) e educação sanitária
Enterobiose ou Oxiurose Enterobius vermiculares Ingestão de água e alimentos contaminados e unhas Educação sanitária evitar coçar o ânus e por a mão na boca
Giardíase Giardia lamblia Ingestão de alimentos e água contaminados Higiene pessoal e lavar bem as verduras e legumes e e tratar da água
Ancilostome ou Amarelão Ancylostoma duodenalis Penetração das larvas através das pele Construção de instalação sanitárias e usar calçados
Ascaridíase Ascaris lumbricoides Ingestão de água e alimentos contaminados Higiene pessoal e lavar bem as verduras e legumes e e tratar da água
Elefantíase ou Filariose Wuchereria bancrofti Picada do mosquito do gênero Culex Combate ao mosquito

domingo, 5 de julho de 2009

Células

Glicocalix A primeira estrutura que encontramos, sem precisar penetrar na célula, é conhecida como glicocalix. Ele pode ser comparado a uma "malha de lã", que protege a célula das agressões físicas e químicas do meio externo. Mas também mantém um microambiente adequado ao redor de cada célula, pois retém nutrientes e enzimas importantes para a célula. O glicocalix é formado, basicamente, por carboidratos e está presente na maioria das células animais.


Membrana Plasmática


Citoesqueleto - Citoesqueleto é complexa rede de finos tubos interligados. Estes tubos, que são formados por uma proteína chamada tubolina, estão continuamente se formando e se desfazendo. Outros componentes do citoesqueleto são fios formados por queratina, formando os chamados filamentos intermediários. Finalmente existem os chamados microfilamentos, formados por actina.
Suas funções são: organizar internamente, dar forma e realizar movimentos da célula.


Citoplasma


Retículo Endoplasmático (O labirinto intracelular) - Nossa primeira visita no citoplasma é o Retículo Endoplasmático. Ele é um sistema de tubos e canais que pode-se distinguir em 2 tipos: rugoso e liso. Mesmo sendo de diferentes tipos eles estão interligados. Este complexo sistema, é comparável à uma rede de encanamentos, onde circulam substâncias fabricadas pela célula. (Ver: Tigróides - corpúsculos de Nissl )


Aparelho de Golgi (ou complexo de Golgi) - O aparelho de Golgi (cujo nome é uma homenagem ao cientista que o descobriu, Camillo Golgi) é um conjunto de saquinhos membranosos achatados e empilhados como pratos. E estas pilhas, denominadas dictiossomos, se encontram no citoplasma perto do núcleo. O complexo é a estrutura responsável pelo armazenamento, transformação, empacotamento e "envio" de substâncias produzidas na célula. Portanto é o responsável pela exportação da célula. É comum compará-lo a uma agência do correio, devido ambos terem funções semelhantes. Este processo de eliminação de substâncias é chamado de secreção celular. Praticamente todas as células do corpo sintetizam e exportam uma grande quantidade de proteínas que atuam fora da célula.

terça-feira, 26 de maio de 2009

fosseis

Fósseis (do latim fossilis) são os restos materiais de antigos organismos ou as manifestações da sua actividade, que ficaram mais ou menos bem conservados nas rochas ou em outros fósseis.
Entende-se por:


1. restos materiais – evidências de partes do organismo como ossos, dentes, troncos, chifres, ou o corpo inteiro em casos excepcionais;


2. manifestações de actividade são de dois tipos –
a)vestígios orgânicos, como estruturas reprodutoras (ovos, sementes, esporos, pólenes, etc.), excrementos (cuprólitos) e restos de construções orgânicas;
b)rastos, designados por icnofósseis ou icnitos, como pegadas ou impressões de outras partes do corpo (dentadas, por exemplo), pistas, galerias abertas em rochas, esqueletos ou troncos, etc.

Para que se forme um fóssil é necessário que as evidências sofram uma série de transformações químicas e físicas ao longo de um período de tempo. Assim, só se consideram fósseis os vestígios orgânicos com mais de 13.000 anos (idade aproximada da última glaciação do Quaternário – o Würm).


Inclui tambem icnofosseis que são rastro de invertebrados ou de vertebrados tudo isso e estudado por paleontologos que buscam datar a vida atraveis desses incriveis vertijos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

AMINOACIDOS-BCAAS

Há muito tempo, os aminoácidos de cadeia ramificada têm sido utilizados na nutrição clinica no tratamento de uma série de patologias. Hoje, muito se discute sobre os possíveis efeitos ergogênicos destes na atividade física, bem como seus diferentes mecanismos de ação fisiológica.
Os aminoácidos de cadeia ramificada, popularmente conhecidos como BCAAs, sigla derivada de sua designação em inglês Branched Chain Amino Acids, compreendem 3 aminoácidos essenciais: leucina, isoleucina e valina, encontrados, sobretudo em fontes protéicas de origem animal. Apesar destes aminoácidos não serem considerados a principal fonte de energia para o processo de contração muscular, sabe-se que estes atuam como importante fonte de energia muscular durante o estresse metabólico. Neste contexto, estudos têm mostrado que nestas situações a administração de BCAAs, particularmente a leucina, poderia estimular a síntese protéica e diminuir o catabolismo protéico muscular (BLOMSTRAND & SALTIN, 2001). Além dos possíveis efeitos ergogênicos no metabolismo protéico muscular, outros têm sido sugeridos: retardar a ocorrência de fadiga central aumentar o rendimento esportivo poupar os estoques de glicogênio muscular e aumentar os níveis plasmáticos de glutamina após o exercício intenso
Estudos com suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada demonstram que essa estratégia nutricional pode ser efetiva na promoção do anabolismo protéico muscular e diminuição da lesão muscular pós-exercício. No processo de síntese protéica muscular, destaca-se, entre os aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, que induz a estimulação da fosforilação de proteínas envolvidas no processo de iniciação da tradução do RNA mensageiro, o que desse modo, contribui para a estimulação da síntese protéica.
Cabe ressaltar que a administração oral de leucina produz um ligeiro e transitório aumento na concentração de insulina plasmática, fato este que também estimula a síntese protéica.
A fadiga decorrente do exercício físico é um fenômeno complexo cujas causas parecem depender do tipo, intensidade e duração do exercício. Para efeito de discussão, a fadiga pode ser definida como um conjunto de manifestações produzidas por trabalho ou exercício prolongado, que tem como conseqüência redução ou prejuízo na capacidade funcional de manter ou continuar o rendimento esperado. Na fadiga central, os mecanismos relacionados à ocorrência seriam a hipoglicemia e a alteração plasmática na concentração de aminoácidos de cadeia ramificada e triptofano.
O triptofano é um aminoácido essencial, tanto para homens como animais. Entre suas diversas funções está a de precursor do neurotransmissor serotonina, o que influencia no sono, comportamento, fadiga, ingestão alimentar, entre outros. O triptofano pode ser encontrado na corrente sangüínea na forma livre (10%) ou ligado a proteínas transportadoras (90%). Em exercícios de longa duração, o organismo passa a utilizar os lipídeos como fonte de energia, fazendo assim com que o triptofano possa circular em grande quantidade na forma livre pela corrente sangüínea. Assim, quando a existe grande quantidade circulante deste aminoácido, possivelmente ocorre uma maior síntese do neurotransmissor serotonina, um dos grandes responsáveis pela ocorrência da fadiga central. A suplementação de BCAAs tem sido sugerida na hipótese de competir com o triptofano livre na corrente sangüínea, diminuindo assim a síntese de serotonina e conseguintemente prevenindo a ocorrência de fadiga central. Não há evidencias de que a suplementação com BCAAs exerça efeito significativo sobre o rendimento físico e metabolismo de carboidratos, uma vez que os resultados dos estudos são conflitantes. Em contraste, foi verificado que a suplementação com BCAAs promove aumento significativo nos níveis plasmáticos de glutamina no período de recuperação (pós-exercício), uma vez que servem de substrato para a síntese deste aminoácido. Parece não haver necessidade para a ingestão de BCAAs, antes e durante o exercício, como estratégia para melhorar o desempenho esportivo. Contudo, a ingestão de aminoácidos, em particular de BCAAs, pode trazer benefícios de outra natureza, tais como a redução do catabolismo protéico durante o esforço e/ou durante a recuperação.
O uso de BCAAs é considerado ético. Os principais efeitos adversos relatados com o uso do suplemento, especificamente com altas doses, são: desconforto gastrintestinal, como diarréia, além de comprometer a absorção de outros aminoácidos.
Assim para manter um bom rendimento deve-ser ter um bom tempo de descanso para a absorção principalmente das proteínas e recuperação da fibra muscular com isso os resultados será visíveis.

Biólogo formado pela universidade estadual Vale do Acaraú (UVA) e aluno do curso de pós-graduação de bioquímica do instituto superior de teologia aplica (INTA), aluno do curso de pós-graduação de vigilância sanitária e meio ambiente do instituto superior de teologia aplica (INTA) e professor de biologia da rede estadual do Ceara.

quinta-feira, 26 de março de 2009

O que são bactérias Gram-positivas e Gram-negativas?




A forma das bactérias pode ser observada através de coloração de Gram que divide as bactérias em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas, aproximadamente iguais em número e importância. A reação das bactérias à técnica de Gram expressa diferentes características, de modo especial no que diz respeito à composição química, estrutura, permeabilidade da parede celular, fisiologia, metabolismo e patogenicidade.

A parede da célula Gram-negativa é constituída por estruturas de múltiplas camadas bastante complexas, que não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais o corante é solúvel, sendo descoloradas e, quando acrescentados outros corantes, adquirem a nova coloração. Já a parede da célula Gram-positiva consiste de única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante.

Nas bactérias Gram-negativas, a parede celular está composta por uma camada de peptidioglicano e três outros componentes que a envolvem externamente; lipoproteína, membrana externa e lipopolissacarídeo.

Entretanto, as paredes celulares das bactérias Gram-positiva e Gram-negativa são diferentes. A parede celular da bactéria Gram-positiva é espessa, 10 a 50?m, chegando até a 80?m e a da Gram-negativa é menos espessa, 7,5 a 10?M. A membrana citoplasmática adere fortemente ao componente interno da célula bacteriana. A parede celular da bactéria Gram-positiva é única e consiste de uma camada espessa, composta quase que completamente por peptídioglicano, responsável pela manutenção da célula e sua rigidez. As múltiplas camadas de peptidioglicano (15 a 50? m) das bactérias Gram-positivas constituem uma estrutura extremamente forte em tensão, enquanto que nas Gram-negativas o peptidioglicano é apenas uma camada espessa e, conseqüentemente, frágil.

Como fatores de ataque ou agressão, as células Gram-positivas e Gram-negativas caracterizam-se por graus diferentes de virulência. As bactérias Gram-negativas são constituídas por uma endotoxina, o LPS, que lhes confere a propriedade de patogenicidade, enquanto nas bactérias Gram-positivas a exotoxina, composta pelo ácido lipoteicoico, tem como característica principal a aderência.


Como característica específica da célula bacteriana, ao se comparar com a célula humana, observa-se a parede celular que, em conjunto com a membrana citoplasmática, forma o envelope celular das bactérias.

O envelope celular das bactérias Gram-negativas quimicamente consiste de 20 a 25% de fosfolipídios e 45 a 50% de proteínas, sendo os 30% restantes de uma lipoproteína, o lipopolissacarídeo.


Doenças bacterianas.

Tuberculose:

Definição: A tuberculose é uma infecção causada pela bactéria mycobacterium tuberculosis mais conhecida como bacilo de koch em homenagem ao cientista que descobriu, Robert Koch (1843-1810.). Em cerca de 90% dos casos ataca apenas os pulmões, mais pode afetar também quase todos os órgãos do corpo.

Sintomas: No início pode provocar febre alto cansaço e emagrecimento, depois de algum tempo, vem à tosse, dores no peito e escarro com sangue, a tuberculose é uma doença que afeta principalmente os pulmões, pois pode atacar também os rins, os ossos, intestinos e testículos.

Prevenção: A tuberculose pode ser prevenida com a aplicação da vacina BCG.

Tétano:

DEFINIÇÃO: é uma doença perigosa que ataca o sistema nervoso.

SINTOMAS: febre elevada, contraturas, convulsões dolorosas (doença não contagiosa.).

PREVENÇÃO: tomar vacina antitetânica e evitar andar descalço.

Cólera:

DEFINIÇÃO: Causada por uma bactéria chamada VIBRIO CHOLERAE.

SINTOMAS: Diarréia, vômito, cólicas abdominais, etc...

PREVENÇÃO: Beber, água filtrada clorada ou fervida, proteger bem os alimentos contra moscas e outros bichos.

Coqueluche:

Definição: é causada por micróbios que atingem a traquéia e o brônquios, ataca principalmente as crianças.

Sintomas: seus sintomas caracterizam-se pela tosse prolongada e violenta, acompanhada de guincho.Provocando sufocação e vômito.

Contágio: é feito por meio das gotículas de salivas expelidas pelo doente.

Prevenção: a prevenção é evitar a criança que estar com coqueluche, fique sem contato com outras crianças.

Difiteria:

DEFINIÇÃO:

Doença infecto contagiosa transmissível e de característica epidêmica causada por bacilo que se instala nas vias aéreas superiores e produz uma toxina que se espalha pelo organismo.

SINTOMAS:

Palidez, febre moderada e falta de apetite.

PREVENÇÃO:

Vacina tríplice cuja a primeira dose deve ser administrada já no segundo mês de vida.

Meningite:

Definição: é uma inflamação das membranas que recobrem e protegem o sistema nervoso central - as meninges.Daí o nome de meningite.A meningite pode ser de origem viral aquela provocada depois de uma gripe ou de uma outra doença causada por vírus ou de origem bacteriana, normalmente mais branda. Também pode-se haver MENINGITE quando os germes causadores da doença de algum tecido que estejam em contato com as membranas que recobrem o ENCÉFALO.

Sintomas:

Em bebês de até 1 mês:

irritabilidade, choro excessivo, febre, sonolência e moleira estufada.

Acima desta idade:

A criança ainda se encontra em dificuldade de movimentar a cabeça.

Acima de 5 anos:

Febre, rigidez na nuca, dores de cabeça e vômitos em jato.

A meningite começa a aparecer freqüentemente durante o desenvolvimento de alguma doença. A MENINGITE costuma mais precisamente começar com intensas dores de cabeça, náuseas, vômito e febre intensa. Um espasmo do pescoço e dos músculos das costas puxa a cabeça para trás. Como esse espasmo costuma ser forte fica quase impossível de o paciente tentar girar a cabeça para frente. Com esse espasmo o paciente pode começar a delirar e entrar em coma.

Contágio:

A transmissão é feita pelas vias respiratórias. Ou então através de uma bactéria solta no ar, chamada: meginicoco. Ou então pela saliva de uma pessoa com a doença.

Tratamento:

É feito através de antibióticos receitados pelo médico especialista em doenças causadas por vírus.

Prevenção:

Deve-se evitar locais fechados com aglomerações em cima do doente, especialmente no inverno. Quando ocorrer algum contato de uma pessoa sadia em contato com a saliva do doente deve se procurar imediatamente um médico se a pessoa estiver com os sintomas da doença. O tratamento também é feito através de vacinas, contra a meningite não é aplicada de forma rotineira, porque oferece inização por um período de apenas três ou quatro anos.

Classificação Biológica

A natureza é um conjunto de forças e de ciclos, perfeitamente organizados, que se relacionam em perfeita harmonia (que o homem, pensa que já aprendeu a dominá-las). Aqui neste espaço reunimos algumas informações, que nos mostram a natureza como um todo, os quais nos despertam para o caminho da participação, o caminho para descobrirmos e compreendermos o nosso lugar e a nossa tarefa, neste momento, dentro desta grande Obra.
Algumas destas experiências reais estão aqui reunidas apenas para fins de exposição e difusão; estão divididas, didaticamente, em reinos da natureza (constam aqui os reinos que são os mais perceptíveis atualmente).
As abelhas Apis não são nativas da América. As abelhas sociais nativas, comumente chamadas indígenas, são as mamangavas, do gênero Bombus, e as ditas sem ferrão, pertencentes à tribo Meliponini.
As abelhas brasileiras sem ferrão são responsáveis, conforme o ecossistema, por 40 a 90% da polinização das árvores nativas. As 60 a 10% restantes são polinizadas pelas abelhas solitárias, borboletas, besouros, morcegos, aves, alguns mamíferos, água, vento, e, recentemente, pelas abelhas africanizadas. Kerr ect. al. 1996.

As mamangavas podem ser encontradas até nas regiões mais frias do mundo. Dentre as 200 espécies conhecidas, 6 foram descritas no Brasil. São abelhas grandes e importantes agentes polinizadores. Por exemplo, são as únicas capazes de polinizar o maracujá. No hemisfério norte poliniza principalmente o trevo e a alfafa. Convém lembrar que as abelhas em geral não suportam o frio. As abelhas Apis são as que mais conseguiram se expandir pelo globo terrestre, mas mesmo nas regiões mais frias onde sobrevivem podem ficar inativas até por seis meses durante o ano, devido ao frio. Daí a importância das mamangavas, que hibernam por menor período.
As rainhas, representantes da casta reprodutiva, fundam seus ninhos sozinhos. Geralmente aproveita-se de ninhos abandonados de roedores, fendas de muros ou pedras, ou amontoados de palha junto ao chão. O principal material usado para o ninho é a cera, fabricada pela rainha nas glândulas localizadas no abdômen. As rainhas de outras espécies sociais geralmente não são capazes de produzir cera. Um pote para armazenar mel e uma célula de cria inicia o novo ninho. A rainha põe ovos nas células de cria, alimenta as larvas que nascem, coleta o pólen, o néctar e mantém o ninho. Logo ao nascer, as primeiras operárias passam a auxiliar a mãe nos trabalhos, seguindo uma tabela de tarefas de acordo com a idade, como nas outras espécies de abelhas sociais. As operárias e a rainha possuem um ferrão muito potente usado na defesa, que pode ser usado vário vezes seguidas sem prejuízo para as abelhas.
A partir de um certo momento a rainha começa a por ovos não fecundados, que darão origem a machos, enquanto que algumas larvas de fêmeas terão sua alimentação reforçada e se tornarão adultas férteis. Então estas novas rainhas serão fecundadas por machos - somente uma vez na vida - e fundarão novos ninhos. Às vezes pode acontecer de rainhas fecundadas retornarem para o ninho de origem e ali conviverem com a mãe. Neste caso estas famílias tornam-se políginas, isto é, possui mais de uma rainha.

Características Gerais
As abelhas da subfamília Meliponinae (Hymenoptera, Apidae), são conhecidas por "abelhas indígenas sem ferrão" por possuírem o ferrão atrofiado sendo, portanto, incapazes de ferroar. Ocorrem na América do Sul, América Central, Ásia, Ilhas do Pacífico, Austrália, Nova Guiné e África. Taxonomicamente está subdividida em duas tribos.
Meliponini formada apenas pelo gênero Melipona, encontrado, exclusivamente, na região Neotropical (América do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini que agrupa um grande número de gêneros e está distribuída em toda a área de distribuição da subfamília.
Todas as espécies de Meliponinae são eusociais, isto é, vive em colônias constituídas por muitas operárias (algumas centenas, até mais de uma centena de milhar, conforme a espécie) que realizam as tarefas de construção e manutenção da estrutura física da colônia, coleta e processamento do alimento, cuidado com a cria e defesa. E por uma rainha.
(em algumas poucas espécies são encontradas até cinco) responsável pela postura de ovos que vão dar origem às fêmeas (rainhas e operárias) e a, pelo menos, parte dos machos (em diversas espécies, parte dos machos são filhos das operárias).
Os machos são produzidos em grande número em certas épocas do ano e podem realizar, esporadicamente, algumas tarefas dentro da colônia, além de fecundarem as rainhas, durante o vôo nupcial.
Normalmente, alguns dias após emergirem (quando a abelha, depois de terminado seu desenvolvimento, sai da célula de cria), os machos são expulsos da colônia (Michener, 1946, apud Kerr et al.(1996)).
As abelhas são insetos holometabolos, isto é, a fêmea realiza postura de ovos que dão origem as larvas, que são morfológica e fisiologicamente diferentes dos adultos. Elas se alimentam, crescem, sofrem um certo número de mudas e se transformam em pupa, forma esta que não se alimenta e fica imóvel na célula de cria. Após algum tempo, a pupa sofre muda, se transformando em uma abelha adulta.
No caso de Meliponinae o ovo é posto em uma célula construída com cerume (mistura de cera, produzida pelas operárias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espécies como Leurotrigona muelleri, com cera pura. O alimento larval (mistura de secreção glandular, mel e pólen) é depositado nas células pelas operárias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento é denominado de aprovisionamento massal. O alimento se estratifica dentro da célula, dessa forma a larva ingere, inicialmente, a fase líquida, composta por secreções glandulares e mel e depois o pólen (fase sólida).
Durante a operculação, eventualmente, a operária pode realizar postura de ovo que, por não ser fecundado, irá originar macho (a rainha também pode por ovos não fecundados, que originarão machos).
Filo – Arthropoda (membros articulados);
Subfilo – Insecta (insetos);
Classe – Hexapoda (3 pares de patas);
Ordem – Hymenoptera (partenogênese);
Subordem – Apocrita (1osegmento abdominal no tórax);
Superfamília – Apoidea.
A Superfamília Apoidea já separa as abelhas de outros insetos, muitos também sociais, como as vespas (Vespoidea) e formigas (Formicoidea). A grande característica dos Apoidea é basear sua alimentação na coleta de néctar e pólen, embora ocorram exceções. Possui exatamente onze famílias: Melittidae, Colletidae, Halictidae, Oxaeidae, Andrenidae, Megachilidae, Stenotritidae, Ctenoplectridae, Fidellidae, Anthophoridae e Apidae (pronuncia-se "Ápide"). Dentro desta última família as abelhas caracterizam-se pela presença de uma estrutura especializada para o transporte de pólen, a corbícula. Também reúne algumas espécies de hábitos sociais mais avançados. Existem quatro subfamílias:
Euglossinae (abelhas das orquídeas), Bombinae (mamangavas), Apinae (ex.: Apis mellifera) e Meliponinae (abelhas sem ferrão).
Podemos traçar uma tabela bastante simplificada para realçar algumas características básicas que permitem
distinguir as duas Tribos (veja no capítulo 4). Entretanto, identificar uma espécie de abelha não é tarefa das mais fáceis, que exige muito conhecimento na área. Portanto para descobrir qual espécie estamos lidando, normalmente se faz necessário consultar um especialista.
Os meliponídeos, como são chamadas às espécies da tribo Meliponini, são abelhas sociais encontradas tipicamente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, e são caracterizadas por apresentarem um ferrão atrofiado que não serve para defesa; daí a designação sem ferrão. Os estudos científicos sobre essas abelhas são recentes e pouco desenvolvidos, ao contrário das Apis. Inclusive há controvérsias sobre como classificá-las zoologicamente.
No esquema da página 2 vê-se uma das classificações adotadas. A SUPERFAMÍLIA Meliponinae é dividida em três TRIBOS: Trigonini, Meliponini, Lestrimellitini. Das Lestrimellitini, grupo de abelhas sociais parasitas, foi estudado o suficiente. Mais adiante serão vistas as diferenças básicas entre as outras tribos.
Estas abelhinhas são bastante conhecidas pelos seus nomes populares. Jataí, mirim-preguiça, lambe-olhos, moça branca, irapuá, etc., são exemplos de trigonas; mandaçaia, uruçu, jandaíra, etc., são exemplos de melíponas.
Estes nomes mudam de região para região e, às vezes, uma mesma espécie é conhecida por nomes diferentes em vários locais do país. No Brasil são conhecidos cerca de 200 espécies de meliponídeos, com tamanho que varia de dois milímetros (lambe-olhos) a dois centímetros (tiúba; uruçu do litoral baiano).
Na região sudeste uma das mais comuns é a jataí, facilmente reconhecível pela entrada que constrói: um tubinho claro de cera que parece um dedinho. Aliás, uma das maneiras mais simples e segura de reconhecer as espécies de meliponídeos é pela forma da entrada do ninho.
Entre os meliponídeos há uma grande variedade de comportamentos e hábitos próprios de cada espécie, porém em linhas gerais o padrão seguido pela Apis repete-se aqui. As maiores diferenças estão nos hábitos de nidificação.
Os meliponídeos possuem hábitos de nidificação variados. Geralmente cada espécie tem preferências bem marcadas.
A grande maioria estabelece suas colônias em ocos de árvores, apresentando preferências em relação à altura e, às vezes, em relação à espécie de árvore. Por exemplo, a guaraipo faz seus ninhos junto às raízes das árvores, ou na parte do tronco rente ao chão, e por isto é às vezes chamada de pé-de-pau. Na Bahia, encontram-se freqüentemente jataís, moça branca e mirim em coqueiros. Vá-rias espécies também se adaptam aos ocos encontrados nas casas dos homens ou em paredes, entre tijolos, etc. Há aquelas que fazem seus ninhos subterrâneos, como a jataí da terra, a mombuca e outras. A profundidade do ninho varia de acordo com a espécie, tipo de terreno e sistema ecológico da região, podendo ir de 30 centímetros a 2 metros.
Outras abelhas sem ferrão não ficam na dependência de ocos, construindo ninhos aéreos. Os ninhos são apoiados numa superfície resistente, ao ar livre, geralmente com uma parede de proteção. O exemplo mais comum é a irapuá, um tipo de abelha daninha da qual falaremos mais adiante.
Existem outras que constroem seus ninhos dentro de outros ninhos de insetos sociais, aproveitando seu calor e umidade. É o caso de espécies que nidificam dentro de cupinzeiros ou de ninhos de formigas.
O material básico usado na construção dos ninhos é o cerume, uma mistura de cera e própolis. A cera produzida pelas operárias é armazenada em pequenos depósitos em locais variados das colônias, geralmente os mais aquecidos.
Esta cera é continuamente trabalhada pelas abelhas que a misturam à própolis, formando o cerume. A própolis, fabricada pelas abelhas a partir de resinas vegetais, também é armazenada em potes e tem funções e propriedades análogas à própolis das Apis, embora seja mais viscoso. Algumas espécies usam cera pura para as construções. Há ainda espécies que usam barro e excremento de mamíferos para revestimentos externos ou divisões internas. Certas trigonas, como a irapuá, utilizam pedaços de flores e de folhas cortados de plantas vivas como material de construção. Estas abelhas têm predileção particular por brotos de cítricos.
As entradas dos ninhos têm formas diferentes, de acordo com a espécie. As melíponas fazem suas entradas de barro ou de geoprópolis (barro misturado com própolis), geralmente sob a forma de cratera da qual se irradiam sulcos e cristas alternadas. No centro fica o orifício usado pelas abelhas para entrar e sair do ninho, uma de cada vez.
Entre as trigonas os tipos de entrada variam muito. Diversas espécies constroem tubos de cerume, ou mesmo de cera pura, com formas variadas. Uma abelha curiosa é boca de sapo, que tem este nome justamente porque sua entrada feita de barro possui uma forma que lembra uma boca de sapo.
Algumas espécies podem fechar as entradas à noite, mas a maioria dos meliponídeos mantêm-na sempre ou quase sempre abertas. No interior do ninho a entrada dá lugar a um túnel de ingresso, mais ou menos longo, que geralmente desemboca na região dos favos de cria.
As células de cria podem estar dispostas de várias maneiras. Às vezes são simples cachos de células mal ligadas uma às outras, como na moça branca e na lambe olhos. Na maior parte das vezes as células estão justapostas, formando favos compactos. Nestes as paredes de uma célula fazem parte também das paredes das células vizinhas.
Os favos compactos podem ter a forma de discos horizontais; outras vezes são helicoidais. Existem tipos de
transição entre os favos compactos e os cachos de células. Nos meliponídeos, ao contrário das Apis, as células de cria, e portanto os favos também, nunca são permanentes. Depois que os adultos emergem, as células são demolidas.
Pouco tempo depois, novas células são construídas para ocupar o lugar vago. Normalmente os favos, ou cachos, vão sendo construídos de baixo para cima, até reiniciar-se novamente o ciclo.
Em muitas espécies, em torno dos favos de cria existem invólucros de cerume, compostos de uma ou várias membranas irregulares, que servem para conservar o calor.
As abelhas sem ferrão guardam seus alimentos, mel e pólen, em potes de cerume ovóides, redondos ou cilíndricos.
Às vezes estes potes são bem grandes se comparados ao tamanho das abelhas. Não há um local específico para estes potes de alimento. Comumente são construídos ao redor dos favos de cria, mas sua disposição dependerá muito do aproveitamento do espaço disponível.
A estrutura hierárquica dos meliponídeos é basicamente a mesma das Apis. As maiores diferenças correm por conta de "sua majestade".
As rainhas nascem de células iguais às das operárias na tribo Meliponini, e de células maiores, as realeiras -
geralmente construídas nas periferias dos favos - nas tribos Trigonini e Lestrimellitini. Aqui temos a maior diferença entre melíponas e trigonas. Nas melíponas a diferenciação das três castas presentes tem bases genéticas, ou seja, rainha, operária e zangão são geneticamente diferentes. Nas trigonas a diferenciação se dá como nas Apis. A rainha recém eclodida das melíponas é do mesmo tamanho que as operárias, mas as proporções corporais e os desenhos do corpo são diferentes. Quando são fecundadas, o abdômen cresce muito, e a rainha torna-se fisogástrica e não consegue mais voar.
As rainhas das trigonas que eclodem das células reais são bem maiores que as operárias. Quando fecundadas seguem o mesmo caminho de suas primas melíponas, ficando fisogástricas.
A interação entre rainhas, operárias e princesas entre os meliponídeos é mais fluida do que nas Apis. Dentre as melíponas as princesas (sempre as há) andam livremente pela colméia até completarem sua maturação fisiológica.
Neste ponto, se não houver necessidade de substituir a atual rainha ou se não se estiver preparando um enxame, estas princesas são mortas. Pode acontecer de alguma sair para o vôo nupcial, retornar fecundada para a casa e aí permanecer por alguns dias, só então sendo eliminada. Há ainda espécies que aceitam mais de uma rainha, como a guaraipo.
Nas trigonas acontece um processo interessante. Quando uma ou mais princesas nascem, podem apresentar uma atratividade especial e logo formam uma corte ao redor. Então a princesa e sua corte constroem uma espécie de "prisão" de cerume ao seu redor, onde a princesa completará sua maturação acompanhada de algumas operárias.
Num certo momento a nova rainha virgem abandona o seu refúgio e começa a andar livremente pelos favos de cria, território da rainha-mãe. A partir daí a seqüência do processo dá-se mais ou menos como acima descrito.
Esta maneira de agir, tendo quase sempre rainhas virgens maduras disponíveis, permite às colônias de meliponídeos uma longevidade ímpar no mundo dos insetos sociais, só perdendo para certas espécies de formigas.
Sabe-se de ninhos de jataís com mais de 30 anos de existência contínua. Para se ter uma idéia, na natureza uma colônia de Apis localizada por mais de 5 anos em um mesmo local pode ser considerada uma "colônia vovó".
O trabalho de postura das rainhas nos meliponídeos é semelhante ao da Apis. A maior diferença é que nas Apis as larvas recebem uma alimentação progressiva e suas células são fechadas quando chega a hora da metamorfose em pupa, enquanto que nos meliponídeos primeiro a célula é abastecida de alimento, então a rainha deposita seu ovo sobre este alimento e a célula é fechada.
O processo de enxameação também é um pouco diferente. As etapas que levam à divisão da colônia são basicamente as mesmas entre todas as abelhas. Porém nos meliponídeos a enxameação é progressiva, ou seja, a colméia-filha mantém um intercâmbio de material de construção e alimento com a colméia-mãe, até que tenha condições de seguir independente.