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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Candidíase

A candidíase é uma doença provocada por fungo e que deve ser tratada com antimicóticos. Suas manifestações podem ser diferentes nos vários indivíduos, mas elas têm algo em comum, pois provocam grande desconforto vaginal. Relacionada também com a alimentação, a candidíase, muitas vezes, pede ao organismo que retome um cardápio saudável para que o tratamento venha a surtir efeito mais rápido e prolongado. Verificar as origens ou os antecedentes da candidíase é muito importante, pois facilita o diagnóstico e a compreensão do tratamento.
A Candida ou Monília é um fungo e a candidíase ou monolíase vaginal é, portanto, uma micose, de acordo com Dr. Sergio Ramos, médico formado pela Unicamp.

A candidíase é também conhecida como monolíase, uma espécie de afta, e é considerada uma infecção. O fato da Candida albicans estar presente na maioria dos seres humanos não significa problema, relata o Dr. Bruce Blinzlerl, a menos que esses organismos comecem a crescer acima de suas quantidades consideradas normais, provocando a infecção que prefere em especial as mulheres.

A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais freqüentes de infecção nos genitais. Além do prurido e do ardor, ela também provoca dispareunia, ou dor durante o coito, e a eliminação do corrimento vaginal em grumos, afirma o Dr. Carlos Cerri. Com freqüência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchadas) e irritadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal. No homem, apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio e, eventualmente, por um leve edema e pequenas lesões puntiformes, avermelhadas e pruriginosas. Não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual.

As mulheres grávidas são bastante propensas a esse tipo de infecção, bem como as mulheres na fase antes do período menstrual. Pacientes com deficiência do sistema imunológico, como os portadores de AIDS, são bastante sensíveis a essas infecções por não conseguirem combater esses germes naturalmente.

Antecedentes

A Candida se manifesta e começa a crescer em quantidades desproporcionais quando a resistência do organismo cai ou quando as defesas na região vaginal estão diminuídas, afirma o Dr. Ramos.

Alguns fatores são causadores desta micose: antibióticos, gravidez, diabetes, infecções, deficiência imunológica, medicamentos como anticoncepcionais e corticóides. Segundo o Dr. Cerri, existem outros fatores ainda que predispõem ao aparecimento da infecção, como o uso de medicamentos imunosupressivos, a obesidade, o uso de roupas justas etc. Também o uso de sprays nasais que contêm cortisona e/ou outros esteróides provoca o seu super crescimento no trato respiratório.

Algumas auto-observações podem ser um bom indicador para o paciente fornecer ao médico, para que este possa confirmar o diagnóstico de candidíase, como por exemplo algumas perguntas indicadas por Donna Gates e que o portador de Candidíase deve fazer a si mesmo:

1. Você já tomou tetraciclina ou outro antibiótico para acne por um mês ou mais?

2. Em alguma época de sua vida, você tomou algum outro antibiótico de 'amplo espectro' contra infecções respiratórias, urinárias ou outras, por 2 meses ou mais, ou, mesmo em períodos mais curtos, por quatro vezes no mesmo ano?

3. Em alguma época já sofreu desconforto devido a persistente prostatite, vaginite ou outros problemas que afetam os órgãos reprodutores?

4. Já ficou grávida por duas ou mais vezes?

5. Toma pílulas anticoncepcionais por mais de 2 anos?

6. Tomou alguma droga tipo cortisona via oral ou inalação por mais de 2 semanas?

7. A exposição a perfumes, inseticidas, odores de fábricas ou outros químicos provocam sintomas brandos, moderados ou severos?

8. Seus sintomas pioram em dias quentes e úmidos, ou em lugares mofados?

9. Já teve pé-de-atleta, coceiras ou outras infecções crônicas com fungos da pele ou unhas, que foram severos ou persistentes?

10. Você se percebe ávido por açúcar, pães ou bebidas alcoólicas?

Sintomas

É um dos mais irritantes corrimentos, relata Dr. Ramos, e provoca corrimento espesso, como uma nata de leite (tipo coalho), geralmente acompanhado de coceira ou irritação intensa. A candidíase pode ser observada eventualmente no parceiro sexual, diz o médico, o qual manifesta pequenas manchas vermelhas no seu órgão reprodutor. Isso significa que a infecção é sexualmente transmissível. Em geral, segundo Dr. Carlos Cerri, os agentes etiológicos das DST (doenças sexualmente transmissíveis) têm o trato genital humano como único reservatório e mal sobrevivem fora do corpo humano.

Conforme Dr. Blinzlerl, a Candidíase irá afetar os indivíduos de formas diferentes - uns podem ter distúrbios gastro-intestinais, outros podem ter problemas respiratórios e outros ainda, manifestações dermatológicas. Um problema comum a muitas pessoas, porém, relata ele, é que muitos pacientes que sofrem de Candidíase não possuem ácido estomacal suficiente para impedir que a Candida volte a aparecer assim que eles voltam para sua dieta normal.

Em geral a transmissão da candidíase ocorrerá se a parceira estiver predisposta a isto, isto é, se estiver imunologicamente predisposta e os seus mecanismos de defesa falharem por alguma razão, lembra Dr. Carlos Cerri. E acrescenta: É uma doença muito comum nas mulheres e em geral é uma doença primária, isto é, surge em decorrência de algum desequilíbrio da flora vaginal normal da própria paciente e não por transmissão sexual, embora isto possa ocorrer.

Prevenção e Diagnóstico

O sistema imunológico é responsável por manter sob controle o crescimento da Candida albicans. Entretanto, relata Dr. Blinzlerl, se por alguma razão o sistema se tornar deprimido, ou também diante do uso prolongado de antibióticos, pílulas anticoncepcionais, esteróides como a prednisona, o sistema imunológico já não pode mais controlar o crescimento desse fungo. Com o crescimento descontrolado, ele pode causar uma série de problemas.

Segundo Dr. Ramos, o diagnóstico é feito através do exame ginecológico, além de exames de laboratório e do Papanicolau, onde o material é colhido e analisado microscopicamente.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O que é dengue

É uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, causada por um arbovírus, do gênero Flavivírus (sorotipos: 1,2,3 e 4). No Brasil, circulam os tipos 1, 2 e 3. O vírus 3 está presente desde dezembro de 2000 e foi isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro.

A dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti infectado mas também pelo Aedes albopictus. Esses mosquitos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite.

O Aedes aegypti é principalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil, pois as condições do meio ambiente favorecem seu o desenvolvimento e proliferação.

As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. A dengue está se expandindo rapidamente, e a grande preocupação é que nos próximos anos a transmissão aumente por todas as áreas tropicais do mundo se medidas eficientes não forem tomadas para a contenção das epidemias.

Modo de transmissão
A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente. A doença só acomete a população humana.

Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis etc.) em qualquer coleção de água limpa (caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. A transmissão da dengue é mais comum em cidades. Também pode ocorrer em áreas rurais, mas é incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros.

Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um mosquito para outro. Quem pica é a fêmea e o faz para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimentos dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue.

Locais onde ocorre a doença

No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década de 30, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira em 1986-87, com cerca de 90 mil casos, e segunda em 1990-91, com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a dengue passou a ser registrada em todas as regiões do país e, em 1998, o número de casos chegou a 570.148. Em 1999 houve uma redução (210 mil casos), seguida de elevação progressiva em 2000 (240 mil casos) e em 2001 (370 mil casos). Nesse último ano, a maioria dos casos (149.207) ocorreu na região Nordeste.

No Estado de São Paulo, em 1990, começa uma grande epidemia na região de Ribeirão Preto, que se disseminou para outras regiões. Em 1995, já haviam 14 municípios envolvidos com a transmissão da dengue.

As primeiras prováveis epidemias de dengue datam do final do século XVIII. Nesta época, a doença era conhecida como "febre quebra-ossos" devido às fortes dores que causava nas juntas. Já durante os séculos XIX e XX, foram registradas diversas epidemias ao redor do mundo atribuídas à dengue:
- Zazibar (1823; 1870),
- Calcutá (1824; 1853; 1871; 1905),
- Antilhas(1827),
- Hong Kong(1901),
- Estados Unidos (1922),
- Austrália (1925-26; 1942),
- Grécia (1927-28),
- Japão (1942-45).

Na década de 50, foi reconhecida e descrita pela primeira vez uma grave manifestação clínica associada à dengue, a febre ou dengue hemorrágica. Não se sabe bem porque, mas a dengue hemorrágica se comportou como uma doença relativamente rara antes da década de 50. Isso pode ter acontecido devido aos fatores de ordem social, como a intensa urbanização e maior intercâmbio entre as diferentes regiões do planeta, que podem ter contribuído para o aumento da incidência da dengue de maneira geral possibilitando o aparecimento de grandes contingentes populacionais com experiências imunológicas com a dengue, fazendo com que assim existisse o risco da dengue hemorrágica.

O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.

O único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. O Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.
Sintomas

A dengue clássica é usualmente benigna. A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus da dengue que causou a infecção é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. A dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostração, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal. É freqüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido ("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas).

A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias.

Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágica". Este nome pode fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea, que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito. A dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela primeira vez.

O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os outros tipos de vírus da dengue. Em outras palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça.

Existem diferentes teorias para explicar o surgimento da dengue hemorrágica. Alguns afirmam que ela passa a ter alta incidência em uma população já anteriormente exposta a um outro tipo de vírus da dengue. Seria a exposição seqüencial a um segundo diferente tipo de vírus, que causaria a dengue do tipo hemorrágica. Para outros, a dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais agressivas do que outras. Uma última explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao tipo 2 do vírus.
O mosquito

O Aedes aegypti pertence à família Culicidae, a qual apresenta duas fases ecológicas interdependentes: a aquática, que inclui três etapas de desenvolvimento - ovo, larva e pupa -, e a terrestre, que corresponde ao mosquito adulto.

A duração do ciclo de vida, em condições favoráveis, é de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até a idade adulta. Diversos fatores influem na duração desse período, entre eles a temperatura e a oferta de alimentos.

Detalhes do ciclo de vida

OVO
Os ovos são depositados pela fêmeas acima de meio líquido à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. Após a postura tem início o período de incubação, que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão prontos para eclodir. A resistência à dessecação aumenta conforme os ovos ficam mais velhos, ou seja, a resistência aumenta quanto mais próximos estiverem do final de desenvolvimento embrionário. Este completo, eles podem se manter viáveis por 6 a 8 meses. A fase de ovo é a de maior resistência de seu biociclo.

LARVA
As larvas são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Passam a maior pare do tempo alimentando-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. Não selecionam alimentos, o que facilita a ação dos larvicidas, bem como não toleram elevadas concentrações de matéria orgânica na água. A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25 a 29º C) e de boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas em ambiente adequado.

PUPA
A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa mobilidade. Raramente é afetada por ação de larvicida. A duração da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura é de 2 dias em média.

ADULTO
Macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que a fêmea depois do acasalamento, necessita de sangue para a maturação dos ovos. Há uma relação direta, nos países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em torno de 30 a 32 ºC.
Medidas gerais de prevenção

O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja.

A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isso seja feito com freqüência. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos.

O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras: eliminando os mosquitos adultos e, principalmente, acabando com os criadouros de larvas. Para eliminação dos criadouros é importante que sejam adotadas as seguintes medidas:

- Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é:
• substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de uma escova;
• utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml;
• não deixar acumular água nas calhas do telhado;
• não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água;
• acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;
• tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc.

Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê" não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito transmissor. Além da dengue, se estará também evitando que a febre amarela, que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942, volte a ser transmitida.

- Medidas eficazes em residências, escolas e locais de trabalho (arquivo em PDF): Clique aqui

- Medidas Individuais de Prevenção
Devem ser adotadas medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos, que são as mesmas empregadas contra a febre amarela e a malária. É importante saber que, embora a transmissão dessas doenças possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações.

Em locais de maior ocorrência dessas doenças, deve-se usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo, sempre observando a concentração máxima para crianças (10%) e adultos (30%). Pessoas que estiveram em uma área de risco para dengue e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem procurar um Serviço de Saúde.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O que Bioquímica?

A Bioquímica é, como o próprio nome indica, a química da vida. É o ramo da ciência que faz a ponte entre a Química, estudo das estruturas e interacções entre átomos e moléculas, e a Biologia, estudo das estruturas e interacções das células e organismos vivos. Visto que todos os seres são constituídos por moléculas "inanimadas", a vida é no seu nível mais básico um fenómeno bioquímico.
Embora os seres vivos sejam todos muito diferentes ao nível macroscópico, verifica-se que exibem semelhanças muito pronunciadas ao nível da sua bioquímica, nomeadamente na forma que utilizam para guardar e transmitir a informação genética (no DNA) e na série de reações que utilizam na produção de energia, síntese e degradação de blocos constituintes/biomoléculas (as vias metabólicas). A Bioquímica constitui um tema de estudo unificante de todos os seres e da vida em si. É apenas ao nível bioquímico e não pelo aspecto macroscópico, que se pode afirmar com alguma certeza que todos seres tiveram um ancestral comum.
A Bioquímica é um campo altamente interdisciplinar, que já há muito deixou de ser apenas os estudo de séries de reações na célula, no entanto podem-se definir alguns pontos importantes do seu estudo:
• Vias de síntese e degradação das biomoléculas
• Determinação das propriedades químicas e estrutura tridimensional das biomoléculas
• Mecanismos de regulação das inúmeras reações que ocorrem em simultâneo na célula e no organismo
• Funções das proteínas: mecanismos moleculares da catálise enzimática; reconhecimento e ligação pelos receptores celulares, seu mecanismo intra e intermolecular; formas como a informação é comunicada em vias de transdução de sinal
• Expressão da informação genética, sua transmissão e actualmente, na era pós-genómica, da sequência genética à função (proteómica)
Os conhecimentos bioquímicos nunca são estanques tendo elevada aplicabilidade nas áreas mais diversas como a medicina e ciências da saúde, indústrias farmacêutica, alimentar e química e na biotecnologia, que atualmente se vê no topo dos investimentos de várias empresas muito por causa dos conhecimentos de bioquímica e biologia molecular que se acumularam na última metade do séc. XX.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Fagocitose

Na fagocitose a célula envolve e envia partículas sólidas ao seu interior. Um exemplo bastante clássico deste processo ocorre em nosso sistema imunológico, quando os macrófagos (células de defesa) fagocitam os microorganismos patogênicos (vírus, bactérias, etc).

Uma vez que o antígeno estiver em seu interior, a célula de defesa se autodestruirá (processo conhecido como autólise). Estas células de defesa têm a importante função de eliminar agentes agressores ao nosso organismo.

A fagocitose ocorre em duas fases, a primeira é o processo de ingestão, no qual a célula gastará bastante energia até carregar a partícula ao seu interior. A segunda é a digestão intracelular da partícula ingerida, aqui alguns microorganismos poderão ser destruídos. Nem sempre ocorrerá autólise.

De forma simples, podemos entender que a fagocitose é um mecanismo importantíssimo de nosso organismo que o protege contra a invasão de agentes causadores de doenças.

Divisão Celular

De forma prática, podemos entender que na mitose a célula se duplica para dar origem a duas novas células. Estas são conhecidas como células filhas (formadas a partir da divisão celular) e são idênticas uma da outra, uma vez que foram formadas a partir de uma única célula.

Agora que sabemos disso, veremos as cinco fases que a célula atravessa em seu ciclo de vida até completar sua divisão. São elas: prófase, metáfase, anáfase, telófase e interfase.

Prófase

Nesta fase, as células começam a se preparar para a divisão. É neste momento que ocorrerá a duplicação do DNA e centríolos. Com o DNA condensado e os centríolos em movimento, inicia-se o processo da divisão mitótica.

Metáfase

Aqui começa o alinhamento entre os pares formados na fase anterior. Nesta etapa, o DNA alinha-se no eixo central enquanto os centríolos iniciam sua conexão com ele. Dois fios do cromossomo se ligam na parte central do centrômero.

Anáfase

A divisão começa com os cromossomos migrando para lados opostos da célula, metade vai para um lado e a outra metade vai para o outro.

Telófase

Esta é a última fase da mitose. Nesta etapa a membrana celular se divide em duas partes, formando, assim, duas novas células. Cada uma delas ficará com metade do DNA original.

Interfase

Este é o estado “normal” da célula, ou seja, aqui ela não se encontra em divisão. Nesta fase, ela mantém o equilíbrio de todas as suas funções através da absorção dos nutrientes necessários à sua manutenção. Ela permanecerá neste estágio até estar preparada para uma nova divisão, que ocorrerá a partir da duplicação dos ácidos nucléicos. A partir de então, o ciclo se reinicia.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

OS PERIGOS DO HGB

O GHB é um poderoso depressor do sistema nervoso central, que o corpo humano produz em pequenas quantidades. Uma versão sintética de GHB foi desenvolvida em 1920.

Em 1960 foi usado como um anestésico e hipnótico em seres humanos na Europa, mas seu uso foi suspenso devido aos efeitos colaterais, especialmente convulsões e vômitos.

Após ser sintetizado como análogo do ácido gama-aminobutírico, objetivando conseguir uma substância similar, capaz de atravessar a barreira hemato-encefálica, em 1961 foi extensamente pesquisado por Henri Laborit, um investigador francês que pesquisava os efeitos do neurotransmissor inibitório GABA (ácido gama-aminobutírico) no cérebro.

O GHB (gamahidroxibutirato ou ácido gama-hidroxibutírico), nas ruas, também é chamado de Liquid Ecstasy (não é o 3-4 methylenedioxymethamphetamine ou MDMA), grievous bodily harm, G ou Gina, Liquid E, Liquid X, Gib, Cherry Meth, Água de Fogo, Zen ou Liquid Death.

Os análogos de GHB, que incluem GBL (gama butil-lactona), BD (1,4 Butanodiol [1,4-BD]), GHV, e GVL, são drogas que possuem estruturas químicas semelhante ao GHB. Estes análogos produzem efeitos similares àqueles associados com o GHB e são usados como substitutos. Os efeitos do GHB e análogos são os mesmos, sendo ainda mais intensos quando associados ao álcool ou aos inibidores da protease, especialmente ritonavir e saquinavir.

Os efeitos do GHB são semelhantes aos efeitos do ecstasy, mas age mais rapidamente e é mais potente.

Nos primeiros instantes de consumo, o GHB eleva o nível de dopamina no cérebro, fazendo com que a pessoa se sinta mais alerta e feliz. Em doses elevadas, geralmente conduz ao coma profundo. Quando consumido junto com álcool ou anfetaminas, conduz à morte por asfixia, desidratação ou hipotermia.

A potência do líquido faz variar os seus efeitos, que geralmente começam a fazer sentir-se bem, 10 minutos após o consumo e podem durar duas a três horas, mas efeitos residuais podem permanecer por um dia inteiro.

Em doses baixas, o GHB tem um efeito de euforia semelhante ao do álcool e pode fazer o consumidor sentir-se relaxado, feliz e sociável.

O indivíduo pode sentir mais energia, sensação de bem-estar, euforia, relaxamento, aumento da confiança, desinibição, sensualidade, tonturas ou abrandamento do ritmo cardíaco, Algumas pessoas podem ter efeitos menos positivos como náuseas, vómitos, dores de cabeça, sonolência, tonturas, amnésia, perda de controlo muscular, problemas respiratórios, perda de consciência, incapacidade de se movimentar.

Doses mais elevadas podem provocar agitação, alucinações, desorientação, sonolência, sedação, discurso incoerente, enjoo, dificuldade de concentração, dificuldade em focar a visão, perda de coordenação, relaxamento muscular, desmaio e sono profundo.

O GHB não deve ser misturado com álcool ou outras drogas depressoras, dado que a mistura acentua os efeitos desta substância.

O GHB não parece provocar dependência física ou psicológica nem tolerância, apesar de tal se poder verificar quando coexistem consumos recentes de álcool.

Os efeitos no Sistema Nervoso Central (SNC) pode ser:
Sonolência, vertigens e enxaquecas são frequentemente descritas, tanto em casos experimentais como em casos de toxicidade. Coma induzido por GHB aparece rapidamente após ingestão, seguido de rápida e aparente recuperação total. Na maior parte dos casos de intoxicação, a consciência é recuperada após 6-7 horas. Uma das características que distingue a intoxicação por GHB é a rápida recuperação, o que pode levar a uma falsa sensação de segurança no seu uso, não a estudo sobre a tolerância e/ou síndrome de abstinência, com tudo isso o uso do HGB e crescente...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Hanseníase como surgiu o tratamento

Pesquisadores da Fiocruz fizeram um estudo histórico sobre o óleo de chaulmoogra – produto que, até a década de 40 do século 20, representou a grande esperança nas tentativas de cura da hanseníase, doença que, naquela época, ainda era chamada de lepra. As chaulmoogras são plantas tropicais cujas sementes fornecem um óleo usado há séculos, na Ásia, para o tratamento de doenças de pele. O trabalho, publicado no periódico História, Ciências, Saúde – Manguinhos, analisa como o óleo de chaulmoogra foi incorporado ao conhecimento científico ocidental, destacando a participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) nesse processo, sobretudo a partir da década de 20.
“O primeiro relato do uso desse óleo advém da tradição oral dos povos hindus que contam a lenda de um rei de Burma. Ao ficar leproso, o rei abandonou o trono e escondeu-se na floresta, onde se curou comendo as sementes do fruto de kalaw – nome dado pelos birmanenses e siameses para a chaulmoogra Taraktogenos kurzii”, dizem no artigo os historiadores Fernando Dumas e Letícia Pumar e o químico Antonio Siani. Desde o século 6, as chaulmoogras já eram citadas em importantes compêndios, como a farmacopéia chinesa Pê-ts’ao-kang-mu (1552-1578) e o dicionário médico árabe Makhzan-al-Aswiya (1771). Contudo, foram a quarta edição da British pharmacopoeia e a primeira edição da Farmacopea venezolana (1898) que marcaram a inclusão das chaulmoogras nas farmacopéias de países ocidentais.
“Quando o uso do óleo de chaulmoogra para o tratamento de doenças de pele se tornou conhecido entre os cientistas e médicos ocidentais, a ação terapêutica desse óleo passou a ser verificada nos laboratórios e clínicas, dando início ao processo que culminou na sua integração às normas impostas pela terapêutica de estilo ocidental”, explicam os pesquisadores no artigo. “Isto ocorreu por volta da metade do século 19, época em que o Império Britânico explorava, por meio do estabelecimento das instituições médicas na Índia, o potencial das tradições locais de uso de plantas medicinais, buscando consolidar esses conhecimentos em farmacopéias e práticas que pudessem ser utilizadas pelos médicos britânicos instalados naquelas áreas de colonização”.
Em outras palavras, o saber indiano em relação às chaulmoogras foi incorporado ao modelo científico ocidental, passando a ser alvo de investigações sistemáticas que resultavam na publicação de artigos técnicos. Logo, de produto vegetal aplicado pela população indiana, o óleo de chaulmoogra se transformou em medicamento produzido nos laboratórios farmacêuticos ocidentais. Esse medicamento era, inicialmente, de uso externo. Porém, em seguida, foram desenvolvidas pílulas e injeções, com o objetivo de aumentar a eficácia do tratamento, embora este fosse doloroso.
O objetivo dos pesquisadores, no entanto, não é julgar o valor terapêutico do óleo de chaulmoogra, mas destacar o papel que ele teve, durante décadas, no enfrentamento da hanseníase, inclusive no Brasil. No país, a partir da década de 20, o IOC foi um importante local de produção do óleo de chaulmoogra e seus derivados, bem como de pesquisa e ensino da terapêutica baseada nesses produtos.
Na Seção de Química Aplicada eram produzidos o óleo e seus derivados, fornecidos, por exemplo, para o Departamento Nacional de Saúde Pública, a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas, o Serviço Sanitário de São Paulo, a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e a Secretaria de Saúde Pública de Minas Gerais. Encomendas eram feitas também por laboratórios particulares.
Além da Seção de Química Aplicada, o Laboratório de Leprologia, inaugurado em 1927, sob a chefia de Souza Araújo, também fazia trabalhos científicos sobre o óleo de chaulmoogra e seus derivados. Os medicamentos produzidos eram experimentados em pacientes e distribuídos gratuitamente para o Hospital dos Lázaros do Rio de Janeiro e para leprosários do Paraná, Pará e Acre.
No relatório de atividades do IOC de 1926, o célebre cientista Carlos Chagas informava que a instituição havia produzido quase 23 mil doses de ésteres de óleo de chaulmoogra. Na mesma época, o IOC começava a preparar e testar o óleo de Carpotroche brasiliensis, espécie considerada a chaulmoogra brasileira.
Entretanto, “os esforços de pesquisa envidados no sentido de aperfeiçoar o tratamento da lepra utilizando-se os derivados das chaulmoogras não foram suficientes para construir sua aceitação inequívoca entre os médicos”, destacam os autores no artigo. “Os efeitos colaterais desse tipo de terapêutica criavam muitos problemas. Além disso, era um tratamento muito longo e com uma efetividade questionável, pois não havia consenso acerca das reais possibilidades de cura. Muitos médicos e pesquisadores consideravam os derivados de chaulmoogra apenas como medicamentos paliativos”, acrescentam.
Assim, na década de 40, o óleo de chaulmoogra e seus derivados são substituídos, no tratamento da hanseníase, pelas sulfonas, oriundas da química sintética. “No Brasil, o óleo ainda foi utilizado por mais alguns anos, porém a introdução das sulfonas permitia a transformação da política de isolamento dos doentes, os quais poderiam ser tratados apenas com visitas ambulatoriais”, sublinham os autores no artigo. Ou seja: as sulfonas aparecem não só como um medicamento mais eficiente, mas possibilitam uma prática contrária ao isolamento dos pacientes nos leprosários. “Em 1962, o decreto 968, de 7 de maio, pôs fim ao isolamento obrigatório dos doentes no Brasil. No entanto, o Departamento de Profilaxia de São Paulo continuou isolando portadores da doença até 1967”, lembram.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pedidos

Olá amigos sou estudande de bioquimica e estou precisando de fotos de tecidos humanos para anexar em um trabalho caso vocês tenha me ajude ficarei muito grato
e-mail vandik@hotmail.com

terça-feira, 23 de setembro de 2008

LINGUAGEM QUÍMICA

Vamos aprender uma nova língua, uma língua universal? Isso mesmo, vamos aprender a linguagem da química e através dela vamos poder nos comunicar com os químicos do mundo inteiro.

Como com toda língua, devemos iniciar pelo alfabeto. No caso da química, o alfabeto é composto pelos elementos químicos que compõem a Tabela Periódica. Cada elemento é designado por um símbolo. Normalmente, o símbolo lembra o nome do elemento. Por exemplo, cloro = Cl, carbono = C e oxigênio = O. Porém, alguns elementos são tão antigos que possuem o seus nomes em Latim, a língua universal dos cientistas daquela época, como, por exemplo, aurum (ouro) = Au, argentum (prata) = Ag, cuprum (cobre) = Cu e plumbum (chumbo) = Pb. Observe que os símbolos químicos sempre apresentam a primeira letra em maiúscula e a segunda em minúscula.

Símbolo do Magnésio

Agora que sabemos de que "letras" é composto o alfabeto, já podemos escrever as palavras que na linguagem química chamamos de fórmulas. As fórmulas químicas surgem quando unimos os elementos químicos de maneira a formar as substâncias.

Por exemplo, quando queremos dizer água usando a linguagem química, escrevemos a fórmula H2O.

O que será que significa esse índice numérico?

Ele indica a composição da substância. No caso da água, temos 2 átomos do elemento hidrogênio e 1 átomo do elemento oxigênio.

Já aprendemos o alfabeto e as palavras, mas falta aprender a escrever as sentenças. Como podemos fazer isso?

Na linguagem química, podemos associar as sentenças às equações químicas. Elas expressam por escrito o que ocorre em uma reação química; portanto elas devem representar o que ocorre antes e depois da reação. Por exemplo, para obter a água, o hidrogênio e o oxigênio têm que reagir.

Reação - Água


Vamos escrever isso na forma de equação química! Vamos lá.

H2 + O2 ® H2O


As substâncias que estão à esquerda da seta (H2 + O2) são denominadas reagentes e as que estão à direita (H2O), de produtos. A seta indica o sentido em que ocorre a reação.

Cartaz - Estados da Matéria


Olhe bem para a equação descrita acima. Você percebeu alguma coisa errada?

Pois é, tem, e nós vamos descobrir utilizando uma frase muito famosa que vai esclarecer este mistério.

Um químico francês muito conhecido chamado Lavoisier elaborou uma lei denominada "Lei da conservação da massa", que pode ser resumida em uma frase muito famosa:

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."


Se nós aplicarmos essa frase na equação química da produção da água descrita acima, vamos observar que existem dois átomos de oxigênio no lado dos reagentes e apenas um no lado dos produtos, ou seja, um oxigênio ficou perdido. Isso significa que a equação não está completa, pois não obedece à Lei de Lavoisier. Como podemos solucionar esse problema?

Nós podemos multiplicar o hidrogênio por dois, assim teremos quatro hidrogênios, e, depois, multiplicarmos a água também por dois, ficando com duas águas.

Equação Química - Duas Águas


2 H2 (g) + O2 (g) ® 2 H2O (l)


Dessa forma conseguimos aplicar a teoria de Lavoisier! Portanto, podemos dizer que essa equação está balanceada, porque contém o mesmo número de átomos de cada elemento em ambos os lados da equação.

Vamos exercitar o que você aprendeu? Então click nos exercícios abaixo e mão no mouse para ver se você já está craque!


QF- 952 - CINÉTICA QUÍMICA - Redução do Azul de Metileno
OBJETIVOS
1 - Acompanhar o andamento de uma reação química em solução.
2 - Determinar a constante de velocidade e a ordem da reação utilizando-se o método integral de ajuste de equações e o método da velocidade inicial.
3 - Determinar como a constante de velocidade depende das concentrações dos
reagentes e do pH.
4 - Determinar a energia de ativação da reação.
REAGENTES
O azul de metileno (AM) é um corante catiônico solúvel em água ou em álcool, de fórmula molecular (C16H18ClN3S) e massa molar 319.8513 g/mol. O AM é usado como um corante bacteriológico e como indicador. Sua estrutura química está representada abaixo:

Estrutura da forma catiônica do Azul de Metileno

O AM em sua forma oxidada é azul (MB+). Ele é facilmente reduzido à forma hidrogenada (azul de leucometileno, LB+) que é incolor. O reagente que usaremos para reduzir o AMox neste experimento é o ácido ascórbico ou Vitamina C.

O ácido ascórbico (ASH2) é uma g-lactona sintetizada por plantas e quase todos os animais. Em condições fisiológicas o ASH2 é oxidado reversivelmente a ácido dehidro ascórbico (AS) que, por sua vez, é hidrolizado irreversivelmente ao ácido dicetogulônico de acordo com a reação representada abaixo:


REAÇÃO
A reação de redução do AMox pelo ASH2 produzindo o AMred, leva ao gradual descoramento da solução azul. Por esta razão, a cinética desta reação pode ser acompanhada espectroscopicamente, com base na base na redução da absorbância da solução em 665 nm (correspondente à cor azul) ao longo do tempo.
A reação pode ser esquematizada como:



Esta reação será realizada em meio ácido, utilizando-se para isso o ácido clorídrico (HCl).
ROTEIRO DO EXPERIMENTO
Preparação das soluções
- Prepare uma solução estoque de Azul de Metileno (AM) pesando com exatidão cerca de 0,0120 g de AM em um balão volumétrico de 200 mL. Complete com água destilada. (Calcule a concentração molar) Obs. Apenas 1 dos grupos deve preparar esta solução, que será usada por todos os grupos.
Obs.:Pese o AM em um vidro de relógio (ou um frasco de pesagem) e transfira para o balão usando um funil. Lave o funil com várias porções de água destilada para uma transferência quantitativa do AM para o balão.

- Prepare uma solução estoque de Ácido Ascórbico (AA), pesando com exatidão cerca de 0,3500 g de AA em um balão de 10 mL. (Não complete com água ainda). Use a mesma técnica de pesagem mencionada acima.
- Prepare 200 ml de solução de HCl, 0,7 M a partir do ácido concentrado. (Faça a preparação na capela). Obs.: Use uma micropipeta para transferir o volume de HCl concentrado para o balão de 200 mL. Complete o balão de 200 mL com água destilada.
- Após encerrar as medidas cinéticas, titule a solução restante de HCl com uma solução de NaOH 1,0 M em triplicata. Atenção: Esta solução de NaOH já se encontra preparada e titulada. Anote o título.
Operação do espectrofotômetro
- Selecione o comprimento de onda de leitura de 665 nm.
- Acerte o zero de absorbância no espectrofotômetro com a cubeta contendo água destilada.
- No espectrofotômetro equipado com o suporte de cubeta termostatizado, utilize um pano preto para cobrir o compartimento de amostragem durante as medidas (uma vez que as mangueiras impedem o fechamento da tampa).
- Conecte o suporte termostatizado no banho, através das mangueiras.
- Ligue os banhos no início da aula e selecione a temperatura que você irá utilizar (25 oC na primeira semana).
- OBS. Confira a temperatura selecionada com um termômetro de mercúrio

Condições e acompanhamento da reação
1a SEMANA
Efeito da concentração
Condição 1 (C1)
- Na cubeta de plástico, adicione 300 microlitros de solução de AM + 3 mL de água destilada (use micropipetas). Tampe a cubeta, agite e a insira no suporte do espectrofotômetro para termostatização por 5 min. Em seguida, retire a cubeta do suporte e utilize uma micropipeta para adicionar 50 mL da solução de AA + HCl à cubeta. Tampe e agite a cubeta rapidamente, insira-a novamente no suporte e inicie a as leituras de absorbância em intervalos de 30 s nos primeiros 5 min, depois em intervalos de 1 em 1 min durante os próximos 10 min e depois de 2 em 2 minutos durante o restante do tempo. (Use um cronômetro do laboratório).
- Limite as suas medidas a um período de tempo de 30 minutos.

Atenção: : Caso após 30 min o valor de absorbância não tenha se estabilizado, transfira a solução da cubeta para um outro frasco e meça o valor de absorbância desta solução após um período de 1 hora, para obtenção do valor do . Use este mesmo valor de absorbância para todos os casos.
Condição 2 (C2)
- Repita a condição 1 utilizando 150 microlitros de solução de AM.
Condição 3 (C3)
- Repita a condição 1 utilizando 75 microlitros de solução de AM.
2a SEMANA
Efeito do pH
- Use a solução de AM preparada na semana anterior (disponível na capela).
- Prepare uma solução estoque de Ácido Ascórbico (AA), pesando com exatidão cerca de 0,3500 g de AA em um balão de 10 mL. (Não complete com água ainda).
- Prepare 10 mL de HCl 0,35 M a partir da solução de HCl 0,7 M preparada e titulada na aula anterior e utilize esta solução para dissolver o AA no balão de 10 mL
- Repita o experimento cinético na condição 1 a 25 oC.
- Prepare uma segunda solução estoque de Ácido Ascórbico (AA), pesando com exatidão cerca de 0,3500 g de AA em um balão de 10 mL. (Não complete com água ainda).
- Prepare 10 mL de HCl 0,10 M a partir da solução de HCl 0,7 M preparada e titulada na aula anterior e utilize esta solução para dissolver o AA no segundo balão de 10 mL
- Repita o experimento cinético na condição 1 a 25 oC.

Efeito da temperatura
- Repita o procedimento da condição 1 (com HCl 0,7 M) utilizando o suporte termostatizado nas temperaturas de: 35 e 45o C.

RELATÓRIO: Cálculos e figuras
- Não é necessário copiar o procedimento experimental deste roteiro no relatório.
Descreva apenas as modificações que eventualmente foram feitas. Descreva também as
concentrações das soluções estoque preparadas e os dados de titulação e concentrações da
solução de HCl.
Dados da 1a. semana
- Faça uma tabela com as concentrações de AM, AA e HCl presentes na cubeta (antes de começar a reação), em cada condição estudada.
- Não é necessário apresentar as tabelas de dados de absorbância x tempo.
- Faça as curvas de absorbância de AM x tempo para os experimentos nas condições 1-3 a 25 oC. Coloque as 3 curvas em uma mesma figura para facilitar a comparação. Calcule as velocidades iniciais destas curvas e a ordem da reação a 25o C em relação ao AM, através do método da velocidade inicial. Na mesma figura, faça o ajuste não linear de primeira ordem destas 3 curvas e calcule as constantes de velocidade de pseudo-primeira ordem da reação em cada caso.
- Faça os gráficos de ln versus tempo para as 3 condições a 25o C e calcule as constantes de velocidade de pseudo-primeira ordem da reação em cada caso. Coloque as 3 curvas em uma mesma figura para facilitar a comparação.
- Faça uma tabela comparando os valores os valores de k obtidos nos ajustes lineares e não lineares.

Dados da 2a. semana
- Faça as curvas de absorbância de AM x tempo para os experimentos na condição C1 nas três temperaturas diferentes (25, 35 e 45 oC). Coloque as 3 curvas em uma mesma figura para facilitar a comparação. Na mesma figura, calcule as constantes de velocidade destas curvas através do ajuste não linear (exponencial de primeira ordem).
- Faça um gráfico da variação de K com a temperatura e um gráfico linearizado de Arrhenius.
- Estime a energia de ativação da reação a partir do gráfico de Arrhenius.
- Faça as curvas de absorbância de AM x tempo para os dos experimentos na condição C1 nas três concentrações diferentes de HCl (0,7, 0,35 e 0,1 M). Coloque as 3 curvas em uma mesma figura para facilitar a comparação. Calcule as constantes de velocidade destas curvas através do ajuste não linear (exponencial de primeira ordem).
- Discuta todos os resultados!
O Relatório deve conter um total de 6 figuras e (pelo menos) 2 tabelas

REFERÊNCIAS
Artigos e internet
- Snehalatha, K.C. et al. - Methylene Blue-Ascorbic Acid - Na Undergraduate Experiment in Kinetics - Journal of Chemical Education Vol 74 No 2 (1997) p 228-233.
- Mowry, S. and Ogren, P.J. - Kinetics of Methylene Blue Reduction by Ascorbic Acid - Journal of Chemical Education Vol 76 No 7 (1999) p 970-974.
- http://www.uaf.edu/chem/434f00/kinetics/
Atençã: Cópias destes 2 artigos se encontram em uma pasta do experimento na BIQ.
Livros texto
1. Atkins P. W.; "Physical Chemistry"; 5th ed., Oxford Univ. Press, Oxford (1994).
2. Levine, I.N., "Physical Chemistry", Mc Graw Hill Book co., 2nd Edition,1983
3. D.P Schoemaker, C.W. Garland e J.W. Nibler, Experiments in Physical Chemistry, McGraw-Hill Edition, N.Y, 1989, 5a ed.
4. Sebastião J. Formosinho, "Fundamentos de Cinética Química", Fund. Calouste Gulbenkian(1982).
5. J.L.Lathan, "Cinética elementar de reação" Fund. Calouste Gulbenkian,(1974).

QUESTÕES PARA O PRÉ-RELATÓRIO
- Você pode entregar apenas um pré-relatório, correspondente às atividades a serem desenvolvidas nas duas semanas.
- No Pré-relatório você deve fazer um fluxograma de todas as etapas a serem desenvolvidas, especificando as condições a serem usadas.
- Escreva a equação de velocidade genérica para a reação em questão.
- Esboce o formato das curvas de variação de absorbância versus tempo que você espera obter nas diferentes condições de temperatura e concentração inicial de AM).

sábado, 20 de setembro de 2008

Carboidratos

Os carboidratos são açúcares e participam da dieta de grande parte do mundo. Estão presentes em bolos, pães e biscoitos e é a partir da oxidação dessas biomoléculas que tem-se a principal via metabólica de obtenção de energia para a maioria das células não fotossintetizantes. Esta propriedade constitui uma das principais características dos carboidratos, pois estes ainda participam de estruturas como a parede celular de bactérias e de células vegetais, do glicocálix das células de organismos multicelulares, além de participarem da composição de líquidos lubrificantes nas articulações e no reconhecimento e da coesão célula-célula, dentre outras funções.
Os hidratos de carbono (carboidratos) são, em sua maior parte, poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas cíclicos ou substâncias que quando hidrolisadas liberam esses compostos. Sua fórmula geral é (CH2O)n podendo apresentar em sua estrutura átomos de nitrogênio, enxofre ou fósforo.

A classificação dos carboidratos é feita de acordo com o tamanho que estes assumem. São então classificados como monossacarideos, oligossacarídeos ou polissacarídeos Os carboidratos também podem ser encontrados em associação com outras biomoléculas, sejam elas proteínas ou lipídios, que, de uma forma geral, originam os chamados glicoconjugados.


São os açúcares simples, como a D-gilcose (monossacarídeo mais abundante), ou a D-frutose, e que têm como propriedades físicas o fato de serem incolores, solúveis em meio aquoso, formarem sólidos cristalinos e possuírem sabor adocicado.

monossacarídeos:

A estrutura de um monossacarídeo consiste em uma cadeia carbônica não-ramificada, apresentando ligações simples entre os carbonos. Um ou mais desses carbonos estão ligados a grupos hidroxilas, podendo haver carbonos assimétricos chamados de Esse tipo de carboidrato apresenta ainda um grupo carbonila, que define se é um aldeído ou uma cetona.

Os monossacarídeos mais simples são constituídos por três átomos de carbono, como é o caso do gliceraldeído e da diidroxicetona, porém as unidades monossacarídicas podem ter quatro, cinco, seis, sete átomos de carbono, recebendo nome de tetroses, pentoses e assim por diante.
As tetroses e todos os outros monossacarídeos em solução aquosa ocorrem como estruturas cíclicas, onde o grupo carbonila reage com um grupo hidroxila da mesma molécula aumentando a complexidade desta e permitindo a formação de estereoisômeros α e ß, formando derivados chamados de hemicetais ou hemiacetais. Os anéis assim formados por seis elementos podem ser piranosídicos, quando há cinco ou mais carbonos na cadeia carbônica, ou furanosídicos, formados por cinco átomos no anel.
Estrutura Cíclica da D-glicoconjugado

Experimento 6 - Carboidratos - caracterização

Materiais:

Providenciado pelos alunos :
filtros de papel
Do laboratório
solução de amido preparada no experimento 5
4 tubos de ensaio
3 pipetas graduadas
ácido sulfúrico concentrado – CUIDADO – corrosivo
béquer pequeno
bastão de vidro
Reativo de Molisch
Solução de lugol
Solução saturada de Sulfato de Amônio
Álcool etílico absoluto
Procedimentos:
Reação de Molisch:
transferir 2 mL de solução de amido para o tubo 1 (sem agitar; evitar transferir o precipitado)
adicionar 3 gotas do reativo de Molisch e misturar bem
adicionar ao tubo 1 2mL de ácido sulfúrico concentrado (o próprio professor executará este procedimento), fazendo-o escorrer pela parede do tubo
registrar o ocorrido.
Reação com o Iodo:
transferir 2 mL da solução de amido para o tubo 2
Adicionar 5mL de água destilada
adicionar uma gota de lugol
aquecer o tubo 2 a 90oC por 5min e observar alterações
deixar o tubo esfriar e observar alterações
registrar o ocorrido.
Reação de Precipitação (I)
transferir para o béquer pequeno 5 mL da solução de amido (sem agitar)
adicionar 3 mL de solução de Sulfato de Amônio ao béquer , agitando
deixar o material em repouso por 10 minutos
filtrar a solução deixando o precipitado no béquer
adicionar 1 gota de lugol ao filtrado e ao precipitado
registrar o ocorrido
Reação de precipitação (II)
transferir 1 mL da solução de amido para o tubo de ensaio 3
acrescentar 5 mL de Álcool Etílico , agitando
repetir os quatro últimos passos da primeira parte
Objetivos :
Entender o mecanismo de solubilização do amido
Caracterizar o amido como um polissacarídio
Caracterizar os monômeros do amido.
Entender a interação do amido com o iodo.
Sugestões para o relatório:
Explicar por que o amido, apesar de sua polaridade, pode ser de difícil solubilização em algumas condições.
Explicar como o amido interage com o iodo (a nível molecular) e como ocorreram as mudanças de cor observadas.

por: vandick

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

CITOLOGIA

É área das ciências biológicas dedicadas ao estudo das membranas, paredes organelas e ácidos nos nucléicos.

Revestimentos celulares

Toda célula é revestida de uma finíssima película construída por fosfolipídio e proteínas, cuja espessura varia entre 7,5 e 10 nanômetros. Essa película, denominada membrana plasmática : (ou plasmalema), envolve o citoplasma é o responsável pela manutenção pelas diferenças entre o meio externo e o ambiente intracelular.

Envoltórios externos da membrana

A maioria das células apresenta, externamente a membrana plasmática algum tipo de
Envoltório que lhe dá proteção e suporte físico. Entre esses envoltórios destacam-se glicocálix (uma espécie de malha formada por moléculas de glicídios frouxamente entrelaçados que reveste externamente as células animais), e a parede celulosica encontrada em células de algas e de plantas.

Parede celulósica

A parede celulósica é um envoltório espesso e relativamente rígido uma espécie de caixa da qual está contida a célula.

Os componentes de parede celuloisica são sintetizados no citoplasma e expelidos da célula, depositando-se sobre a superfície externa da membrana plasmática.

Célualas jovens de plantas apresentam parede celulósica fina e elástica, que permite o crescimento celular. Essa é a parede primaria. Depois que a célula atinge o tamanho e forma definitiva, depositam-se internamente à parede primaria, formando uma camada mais espessa e rígida, denominada parede secundaria.

Constituição da parede celulósica

A parede é construída por longas e resistentes fibras de celulosi, as microfibras celulósicas, que se mantem unidas por um “cimento”, a matriz formanda por microproteinas e por dois tipos de polisacaridios, a hemicelulose e a pectina.

Membrana plasmática

Os primeiros citologistas não conseguiam desvendar ,observar a membrana plasmática nos microscópios ópticos, mas deduziram sua existência. A membrana plasmática foi visualizada somente na década de 1950 com o emprego do microscópio eletrônico. Verificou-se, então, que ela é muito semelhante em todos os tipos de células, desde bactérias até animais e plantas. No microscópio eletrônico, em grandes aumentos, membranas plasmáticas cortadas transversalmente mostram-se constituídas por três camadas: as externas, mais escuras, e a central, mais claras.

Seus principais componenetes são fosfolipídios e proteínas. Por isso se diz que a membrana plasmática é lipoprotéica.

Modelo do mosaico fluido

Em 1972, os pesquisadores Singer e Nichelson propuseram um modelo para explicar a organização da membrana plasmática. Segundo eles, as membranas celulares são constituídas fundamentalmente por duas camadas de moléculas de fosfoligidios, nas quais se incrustam moleculas de proteínas. As proteínas incrustadas na dupla camada lipidica seriam como as pecas de um mosaico, que se altera a todo instante devedo a fluidez de um movimento dos fosfolipídios.

Permeabilidade celular

A membrana separa o conteúdo celular do meio circundantes mantendo estável o meio interno da célula. Algumas substâncias atravessam a membrana com facilidade, enquanto a passagem de outras é dificultada ou totalmente impedidas.

Certas substâncias úteis têm sua entrada facilitada pela membrana, e algumas chegam mesmo a ser bombeada para dentro da célula. Como a membrana é permeável a algumas substancias e impermeável a outras, fala-se que ela apresenta semipermeabilidade. É por ocorrer uma certa seleção do que sai da célula, fala-se também em permeabilidade seletiva.

Sistema menbranoso do citoplasma

Os primeiros citológicos achavam que o interior das células vivas, era preenchidas por um liquido homogêneo e viscoso, no qual estava mergulhado o núcleo. Esse líquido foi denominado citoplasma. Hoje se sabe que o espaço localizado entre a membrana e o núcleo, que continua a ser chamado citoplasma, contem bolas e canais membranosos mergulhados em um líquido, o hialoplasma (quimicamente o hialoplasma é constituído de molécula de proteína, formando uma dispersão que os químicos chamam de colóide. A região mais externa do citoplasma é o ectoplasma que é bastante viscoso. A parte interna do hialoplasma é o endoplasma ou citosol que é mais fluida e característica de colóide no estado de sol) ou citosol.

Citoplasma

Compreende todo o volume da célula, com exceção do núcleo. Engloba numerosas estruturas especializadas e organelas.


Retícula endoplasmático

Estrutura do reticulo
O citoplasma das células eucarióticas (que possuem núcleos) contém uma complexa rede de bolsas e tubos membranosos conhecida pelo nome de reticulo endoplasmático. Seu aspecto ao microscópio eletrônico permite classificá-lo em granular (ou rugoso) e agranular (ou liso).
Retículos endoplasmáticos granular e agranular

O reticulo endoplasmático granular, também chamado ergastoplasma, é formado por bolas membranosas achatadas, com grânulos ou reticulo. Endoplamastico agranular é formado por tubos menbranosos lisos, sem ribossomos aderidos.
Esses dois tipos de reticulo são interligados, e a transição entre eles é gradual exemplo: se percorrermos o reticulo granular em direção ao agranular, notaremos que as bolas vão assumindo aspecto tubulares e que a quantidade de ribossomos aderidos diminui progressivamente até acabar.

Funções do retículo endoplasmático


Além de conduzir substancias pelo citoplasma, é o lugar de produção de várias distancias importantes. Exemplo: a síntese de diversos lipídios, como colesterol, fosfolipídio e hormônios esteróides ocorrem no reticulo endoplasmático granular.
O reticulo endoplasmático agranular também participa de processos de desintoxicação das células. No reticulo agranular das células do fígado. Exemplo: ocorre modificação ou destruição de diversas substancias tóxicas, entre elas o álcool.
Quanto ao reticulo rugoso alem de desempenhar todas as funções do reticulo liso ele ainda sintetiza proteínas, a presença de ribossomos (podem ser encontrados livremente no hialoplasma ou então presos uns aos outros por uma fita de RNA) neste caso são chamados de polissomos. Cada ribossomo é construído por duas submidades. Quimicamente esta extrutura são constituída por RNA e proteínas.

Os cloroplastos: Estrutura e função

No interior do cloroplasto “é preenchido” com material amorfo, o estroma . Neste ficam mergulhadas lamelas, dispostas de maneira mais ou menos paralela ao eixo maior do cloroplasto. Perto das lamelas se encontra o tilacóide, que lembra pilhas de moedas. Cada pilha é chamada granum. O conjunto deles se chamam de grana. A clorofila fica concentrada principalmente nos grana.

Os citoesqueleto

É uma rede de filamentos protéicos do citosol que se encarrega de manter a estrutura e a forma da célula, também e responsável por muito dos movimento celulares.


Os cílios e os flagelos

São estruturas moveis, que podem ser encontradas tanto em unicelulares como em organismos complexos. Os cílios são números e curtos e os flagelos são longos.

Célula

Unidade mínima de um organismo, capaz de atuar de maneira autônoma.

Núcleo

É o órgão mais importante em quase todas as células animais e vegetais; é esférico mede cerca de 5?m de diâmetro, e esta rodeado por uma membrana dupla. A interação com o citoplasma acontece através de orifícios chamados de poros nucleares. Dentro do núcleo, as moléculas de ADN e proteínas estão organizadas em cromossomos, que costumam aparecer dispostos em pares idênticos. O núcleo controla a síntese de proteínas no citoplasma. O ARN mensageiro (ARNm)é sintetizado de acordo com as instruções contidas no ADN e deixa o núcleo através dos poros. Já no citoplasma, o ARNm une-se a corpos pequenos chamados ribossomos e codifica a estrutura primaria de proteína especifica.

Divisão celular

Todas as células de qualquer planta ou animal surgiram a partir de uma célula inicial: O óvulo fecundado por um processo de divisão. O óvulo fecundado divide-se e forma duas células filhas idênticas, Cada uma contem um jogo de cromossomos igual a célula parental. Depois cada uma das células – filhas volta a se dividir, chamada de mitose, duplica-se o numero de cromossomos (ADN).
Na formação dos gametas, acontece uma divisão celular especial das células germinais, chamadas de meiose na qual se reduz a metade sua dotação cromossômica; só se transforma a cada célula nova um cromossomo de cada dos pares das células originais.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Mitocôndrias?

As mitocôndrias (mitos, filamento, e condria, partícula), cujo conjunto era antigamente chamado de condrioma, são organelas citoplasmáticas de forma arredondada ou alongada (estruturas cilíndricas), existentes em praticamente todos os tipos de células eucariontes (vegetais e animais), em número proporcional à atividade metabólica de cada uma, sendo então variável nas diferentes células, indo de quinhentas, mil ou até dez mil dessas estruturas por célula. As células de plantas verdes possuem menor número de mitocôndrias que muitas células animais, pois algumas de suas funções são exercidas pelos cloroplastos. As mitocôndrias foram descritas pela primeira vez por Altmann, em 1894 (que as denominou "bioblastos"), sugerindo sua relação com a oxidação celular. Em 1913, Warburg observou que as enzimas respiratórias estavam associadas a partículas citoplasmáticas. A partir de 1950, o microscópio eletrônico permitiu aos pesquisadores conhecer muito mais sobre a organização estrutural dessas organelas.

1. ORIGEM

Existem evidências que sugerem que as organelas envolvidas nas transformações energéticas, mitocôndrias e cloroplastos, derivam de bactérias aeróbias que foram fagocitadas por células eucariontes anaeróbias, escaparam dos mecanismos digestivos do interior da célula e se estabeleceram como simbiontes nas células eucariontes anaeróbias hospedeiras, criando um relacionamento mutuamente benéfico e irreversível, devido à mutações ocorridas no simbionte. Isso tudo teria ocorrido nos primórdios da vida na Terra. Há inúmeras evidências a favor dessa hipótese. Uma delas seria de que o DNA de mitocôndrias e cloroplastos possuem DNA cuja cadeia é circular, como nas bactérias. A constituição das moléculas das duas membranas mitocondriais também está em acordo com a possível origem evolutiva dessas organelas a partir de organelas simbiontes, que se instalaram no citoplasma. A membrana externa é parecida com a membrana plasmática das células eucariontes e a membrana interna tem muita semelhança com a membrana de bactérias e, como estas, contém o sistema de transferência de energia. Outras evidências são a presença dos vários tipos de RNA e de um mecanismo de auto-reprodução próprio, assim como as bactérias possuem. Além disso, simbiose entre bactérias e células eucariontes continua acontecendo, sendo inúmeros os casos atualmente existentes. A observação de que antibióticos que inibem a síntese de proteína bacteriana também agem sobre as mitocôndrias também fala a favor da origem bacteriana das mitocôndrias. Admite-se que, durante o processo evolutivo, as mitocôndrias perderam, gradualmente, a maior parte do seu genoma, que foi transferido para a célula eucarionte hospedeira. Assim, as mitocôndrias tornaram-se dependentes de proteínas codificadas pelo genoma do núcleo da célula. A maior parte das proteínas das mitocôndrias são codificadas por RNA mensageiro proveniente do núcleo celular, sintetizadas nos polirribossomos da matriz citoplasmática e, por último, transferidas para dentro das mitocôndrias.

2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Uma mitocôndria mede, em geral, entre meio até oito ou dez micrômetros e possui um diâmetro aproximado de meio a um micrômetro. O volume de uma mitocôndria se altera de acordo com a atividade que este desenvolve. A posição e a forma das mitocôndrias não são fixas, pois foi observado que as organelas se movem constantemente. Esses movimentos (ativos e passivos) e a posição das mitocôndrias no interior celular são influenciados pela posição do citoesqueleto. Elas geralmente se localizam próximo aos locais onde existe grande consumo de energia, pois são produtoras de ATP. Por exemplo, nos epitélios ciliados, as mitocôndrias se acumulam perto dos cílios e, nos espermatozóides, ao redor da porção inicial do flagelo, onde tem início a movimentação flagelar. As mitocôndrias são de constituição lipoprotéica, sendo, em média, três quartos do seu peso seco constituídos por proteínas e um quarto por lipídios. Os lipídios estão presentes, principalmente nas membranas mitocondriais. Contém também pequena quantidade de DNA - caracteriza-se por taxa de mutação muito alta - e das três variedades de RNA (mRNA, tRNA e rRNA). A maior parte dos lipídios é formada por fosfolipídios, sendo o restante constituído por triglicerídeos e colesterol. As proteínas são, em sua maior parte, enzimas, das quais se conhecem mais de setenta e estas se relacionam com vários processos metabólicos, como a síntese de proteínas e de hormônios esteróides, por exemplo. Finos cortes de mitocôndrias revelam, no microscópio eletrônico, que elas são formadas por duas membranas lipoprotéicas, uma externa e outra interna, semelhantes às outras membranas celulares, e que contém no seu interior a matriz mitocondrial, uma substância finamente granulosa e densa, muito rica em enzimas (entre as quais estão as relacionadas com o ciclo do ácido cítrico, com a beta-oxidação de ácidos graxos e com a replicação, transcrição e tradução do DNA mitocondrial), que contém também diversas proteínas, filamentos de DNA muito compactos, apresentados sob a forma de anéis de cadeia dupla, com uma circunferência de cinco a seis micrômetros cada um, que além de produzirem os três tipos de RNA, carregam informações genéticas para a síntese de um número limitado de proteínas que são produzidas nos ribossomos mitocondriais. A maior parte das proteínas mitocondriais é sintetizada no citoplasma, sendo depois transferidas para as mitocôndrias. As proteínas destinadas às mitocôndrias têm um pequeno segmento da molécula que é um sinal, reconhecido por receptores na superfície das mitocôndrias. Ao serem introduzidas ao interior mitocondrial, por processo ativo há um gasto de ATP. O código genético do DNA mitocondrial é diferente, é próprio das mitocôndrias, é relativamente pequeno, e a herança mitocondrial é puramente materna. Praticamente todas as mitocôndrias do zigoto são de origem materna. O genoma mitocondrial já foi completamente seqüenciado. Os ribossomos mitocondriais são muito pequenos, medem 15 nanômetros de diâmetro (menores que os do citosol) e, em sua maioria, estão presos à membrana interna. É freqüente observar grânulos densos no seio da matriz, com diâmetro de trinta a cinqüenta nanômetros, contendo cálcio e de função pouco conhecida. A membrana externa é lisa, conferindo à mitocôndria o formato exterior de um bastonete de pontas arredondadas. É muito permeável a diversos tipos de moléculas com peso abaixo de cinco mil dáltons. Essa permeabilidade é devido à presença de proteínas intercaladas na membrana, as porinas, que limitam canais com o diâmetro de um nanômetro. A membrana externa delimita as mitocôndrias. É rica em colesterol, enquanto a membrana interna é pobre neste lipídio, sendo rica em cardiolipina, fosfolipídio com quatro ácidos graxos, que contribui para dificultar a passagem de íons através da membrana mitocondrial interna, o que é funcionalmente muito importante, porque uma concentração elevada de íons na matriz mitocondrial perturbaria a captação de energia no ATP. Esta membrana é rica em enzimas, funcionalmente muito ativa e seleciona, de modo eficiente, as moléculas e íons que a atravessam, facilitando a penetração de certas substâncias e dificultando a passagem de outras, como no caso citado acima com a cardiolipina. Os fosfolipídios das membranas mitocondriais não são sintetizados na própria organela e sim no retículo endoplasmático, sendo depois transferidos para as mitocôndrias através de proteínas transportadoras especiais. Na membrana interna encontram-se mais de sessenta proteínas com três funções principais: juntamente com enzimas, constituem a cadeia de transporte de elétrons; proteínas dos corpúsculos elementares , com atividade de ATP-sintetase sem a qual a membrana não teria a capacidade de acoplar o transporte de elétrons à síntese de ATP e proteínas que fazem parte dos múltiplos sistemas de transporte ativo presentes na membrana interna. Ambas as membranas, externa e interna, têm espessura aproximada de seis nanômetros. Entre as duas membranas, observa-se o espaço intermembranoso, que mede de seis a oito nanômetros. A membrana interna apresenta invaginações em forma de prateleiras, ricas em enzimas respiratórias (oxidativas), formando as cristas, as quais aumentam grandemente a área da superfície disponível para a atividade respiratória, logo aumentam a eficiência da organela. Em certos protozoários e em células que sintetizam esteróides, as invaginações da membrana interna assumem a forma de tubos ou dedos de luva, e acabam por aparecer estruturas circulares no interior das mitocôndrias. Uma mesma mitocôndria pode apresentar cristas em forma de prateleiras e invaginações tubulares. As cristas são responsáveis pelo metabolismo respiratório e pela fosforilação oxidativa. Na superfície da membrana interna que está em contato com a matriz, se encontram os corpúsculos elementares, que são pequenas partículas (dez nanômetros de diâmetro) em forma de raquete que se inserem na membrana através de seus cabos. Existe alguma variação na estrutura mitocondrial, conforme o tipo de célula e seu funcionamento. No geral, a quantidade de cristas é proporcional à atividade respiratória da célula; a densidade da matriz também segue essa relação.

2.1. A reprodução das mitocôndrias

As mitocôndrias possuem a capacidade de se autoduplicar. É dessa maneira que surgem as novas mitocôndrias nas células. A capacidade de reprodução das mitocôndrias está associada ao fato de essas organelas possuírem DNA, sendo capazes de sintetizar, elas mesmas, parte de suas proteínas. Nesse aspecto, as mitocôndrias comportam-se como se fossem seres relativamente independentes, que vivem no interior das células eucariontes. Como vimos anteriormente, existem fortes evidências de que os ancestrais das mitocôndrias foram organismos procariontes de vida livre. Eu um passado remoto, esses seres passaram a viver com os ancestrais dos eucariontes atuais, estabelecendo com eles uma relação de interdependência mutualística tão estreita que nunca mais puderam se separar.

3. FUNÇÃO

As células eucariontes revelam uma série de características funcionais comuns a todas elas, como, por exemplo, capacidade de movimentação, de multiplicação, condução de impulsos, secreção, irritabilidade, etc. Em algumas células essas atividades de dão com maior intensidade e em outras com menor intensidade, isso dependerá de suas características especiais. Para a realização de todas essas atividades, básicas ou especializadas, que mantém a célula, é necessário energia. A função das mitocôndrias é nada menos que produzir energia para todos os processos vitais das células. Essa energia necessária para a manutenção dos processos vitais das células, tanto animais como vegetais, é conseguida através de uma série de reações químicas entre as moléculas dos alimentos e o oxigênio. Há a ruptura gradual de ligações covalentes de moléculas de compostos orgânicos ricos em energia. Na célula vegetal, esses compostos são sintetizados com a energia resultante da transformação da energia do Sol em energia química durante o processo de fotossíntese. Neste processo, graças ao pigmento clorofila, processa-se a acumulação da energia solar sob a forma de ligações químicas nos hidratos de carbono, principalmente hexoses, que se polimerizam para formar amido. As células, porém, não usam diretamente a energia liberada dos hidratos de carbono e gorduras, mas se utilizam de um composto intermediário, a adenosina-trifosfato ou trifosfato de adenosina (ATP), geralmente produzido graças à energia contida nas moléculas de glicose e de ácidos graxos. O ATP é um trinucleotídeo constituído pela base adenina, pelo açúcar ribose e por três fosfatos. A energia disponível para a célula fica armazenada nas ligações de alta energia existentes entre os dois últimos fosfatos da molécula. A produção de energia ocorre através da respiração celular. A respiração celular é o processo pelo qual as células obtém a energia do alimento. Elas fazem isso combinando as moléculas de alimento com o gás oxigênio do ar. Para retirar a energia dos nutrientes contidos nos alimentos, a célula usa um sistema que os oxida lentamente (oxidação controlada), liberando energia gradualmente, e produzindo água e gás carbônico. Esse processo, chamado de respiração aeróbia. Em linhas muito gerais, a reação de respiração pode ser representada como segue:

alimento + gás oxigênio => gás carbônico + água + ENERGIA

Se representássemos a equação com fórmulas, considerando glicose como alimento, teríamos:

C6H12O6 + 6 O2 => 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA

A respiração é o processo através do qual, mediante a destruição de cadeias de carbono, obtêm-se energia química para o metabolismo. Esse processo basicamente é o mesmo em todos os seres vivos, o que sugere uma origem comum. Considerando a interdependência entre vegetais e animais, as reações de respiração são exotérmicas ou de liberação de energia, como se fosse uma espécie de combustão. O que as diferencia da combustão é que na respiração a destruição das cadeias de carbono se dá gradativamente para evitar o excesso de calor liberado na combustão, o que prejudicaria a ação do mecanismo enzimático celular. A respiração celular ocorre em parte no citoplasma e em parte no interior das mitocôndrias. A etapa citoplasmática é a glicólise e a etapa mitocondrial da respiração celular compreende diversas reações que juntas formam o processo de fosforilação oxidativa. A glicólise (lise, quebra) acontece quando, na falta de oxigênio, a célula pode obter energia realizando apenas a parte inicial do processo de quebra da glicose. Esse processo ocorre no citoplasma celular, portanto, fora das mitocôndrias, e não necessita de oxigênio para sua realização (processo anaeróbio). O processo de quebra de glicose na ausência de oxigênio é conhecido também como fermentação. Esse processo fornece uma quantidade de energia suficiente para a síntese de duas moléculas de ATP (trifosfato de adenosina), a partir de dois ADP (difosfato de adenosina) e de dois Pi (fosfatos inorgânicos).

2 ADP + 2 Pi + ENERGIA => 2 ATP

Os produtos resultantes de uma fermentação podem ser de diversos tipos, dependendo da célula que está realizando o processo. Existem organismos que produzem, como resultado da fermentação, álcool e gás carbônico; outros produzem ácido lático; outros produzem ácido acético, e assim por diante. Em todas as fermentações, sejam elas alcoólicas, acéticas ou láticas, a glicose é sempre degradada a duas moléculas de ácido pirúvico. Esse ácido é, em seguida, transformado em outros tipos de compostos que caracterizam o tipo de fermentação. Após o aparecimento do oxigênio na atmosfera, desenvolveu-se uma nova via metabólica, de maior rendimento energético do que a glicólise, a fosforilação oxidativa. Na fosforilação oxidativa, o piruvato é oxidado até se formarem água e gás carbônico, com alto rendimento energético. A energia liberada é armazenada nas ligações fosfato do trifostato de adenosina (ATP) que circula no meio intercelular. Quando é preciso, o terceiro fosfato desliga-se do ATP (que passa a ser ADP, o difosfato de adenosina) e libera energia para algum processo celular. A fosforilação oxidativa é o processo que incorpora novamente um fosfato ao ADP, restabelecendo o ATP. É um processo contínuo e a energia gasta para isso provém da respiração. A transferência de energia para ADP, transformando-o em ATP, deve-se a um processo quimiosmótico. Segundo a teoria quimiosmótica, os íons H+ (prótons), produzidos no ciclo do ácido cítrico na matriz mitocondrial, são transportados ativamente através da membrana e acumulados no espaço intermembranoso, graças à energia liberada pelos elétrons, durante sua passagem pela cadeia transportadora de elétrons. A energia do fluxo retrógrado de prótons, através dos corpúsculos elementares, é usada para transformar ADP em ATP. Costuma-se distinguir, na oxidação fosforilativa, três mecanismos distintos, mas que se entrelaçam intimamente. São eles a produção de acetilcoenzima A (acetil- CoA), o ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs e o sistema transportador de elétrons ou cadeia respiratória. A fosforilação ocorre no citosol. A produção de acetilcoenzima A é feita a partir da coenzima A e do piruvato derivado da glicólise ou, então, por oxidação dos ácidos graxos. Ambos atravessam as membranas mitocondriais, penetrando na raiz da mitocôndria e, na matriz da organela, geram acetato que, ligado à coenzima A, forma acetil-CoA. Primeiramente, o ácido pirúvico é desidrogenado pelo NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo), dando uma molécula de NAD.2H e descarboxilado, resultando uma molécula de CO2, que é eliminado do da mitocôndria. Assim, forma-se uma cadeia de dois átomos de carbono, o grupo acetila. A quebra direta dessa pequena cadeia liberaria energia em excesso, o que ameaçaria a integridade celular. Então, o grupo acetila une-se a uma enzima (coenzima A) formando o acetil-CoA. Deve-se a um sistema multienzimático, o complexo desidrogenase do piruvato, a transformação de piruvato em acetil-CoA. Esse complexo é constituído de cópias múltiplas de três enzimas, cinco enzimas e duas proteínas reguladoras. A acetilcoenzima A entra no ciclo de Krebs. O ciclo de Krebs (ciclo do ácido cítrico) ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos é uma seqüência cíclica, como já diz o nome, de reações enzimáticas na qual ocorre, graças à presença de enzimas chamadas desidrogenases, a produção de prótons e elétrons. Estes últimos são captados por moléculas complexas como o NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo), o FAD (flavina adenina dinucleotídeo) e os citocromos, que funcionam como transportadores de elétrons, no processo de oxidorredução. O hidrogênio, resultante das reações, é liberado na matriz mitocondrial, sob a forma de prótons (H+). Esse ciclo inicia com a condensação da acetilcoenzima A com ácido oxalacético que irá propiciar a quebra gradativa das ligações da molécula. O ácido oxalacético, uma vez ligado ao acetilCoA, formará o ácido cítrico que sofre várias desidrogenações e descarboxilações, resultando vários compostos intermediários, sendo que no final o ácido oxalacético é restituído à matriz mitocondrial. O resultado final do ciclo de Krebs é o seguinte: graças às desidrogenações, ocorre a produção de hidrogênio, que dará prótons e elétrons. Descarboxilases levam à produção de CO2, e existe uma reação exoenergética que promove a síntese de duas moléculas-grama de ATP por molécula-grama de glicose consumida. Nota-se então, que a principal função do ciclo de Krebs é produzir elétrons com alta energia e prótons, gerando CO2. Mas além dessa função principal, esse ciclo fornece metabólitos que serão usados para a síntese de aminoácidos e hidratos de carbono. O rendimento energético do ciclo de Krebs é baixo. O sistema transportador de elétrons ou cadeia respiratória é uma cadeia formada por enzimas, cuja função é transportar elétrons. Os transportadores são chamados de citocromos e são ricos em ferro. Os hidrogênios que foram retirados dos compostos intermediários formados no ciclo de Krebs e da glicose (na glicólise) serão agora transportados por seus aceptores e percorrerão a trilha enzimática organizada ao longo das cristas mitocondriais. Os elétrons transportados através dessa cadeia são de alta energia, e ao longo do "caminho" vão cedendo essa energia de forma gradual, ao passarem de um transportador a outro transportador, e ela é veiculada para três locais determinados da cadeia, onde ocorre a síntese de ATP. Esse processo é eficiente e produz 36 moléculas de ATP por molécula de glicose consumida. Durante esse deslocamento haverá a formação de H2O (que compensa o gasto de água ocorrido no ciclo de Krebs) além da formação de ATP. O último aceptor de elétrons é o oxigênio, que se reduz definitivamente a forma de água. O ciclo de Krebs, ocorrendo juntamente com a cadeia respiratória, transforma dois ácidos pirúvicos e seis moléculas de O2 em seis moléculas de CO2 e seis moléculas de H20. Portanto, a respiração celular aeróbia produz CO2, H2O e energia (calor) segundo a equação global já vista neste trabalho.

C6H12O6 + 6 O2 => 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA

A energia liberada nesse processo é utilizada para fabricar 36 moléculas de ATP a partir de 36 moléculas de ADP e 36 fosfatos. O rendimento energético total de cada molécula de glicose degradada até 6 CO2 e 6 H20 é, portanto, de 38 ATP (dois na glicólise e 36 nos processos intramitocondriais). As moléculas de ATP são os reservatórios de energia da célula. Qualquer processo celular que gaste energia utiliza-se do ATP. Quando uma molécula de ATP transfere energia para algum processo celular, ela se degrada em ADP e fosfato. Esses produtos poderão gerar novo ATP se forem energizados pela reação de respiração celular ou pela glicólise. Na mitocôndria o consumo de oxigênio está relacionado à fosforilação de ADP e por isso o processo recebe o nome de oxidação fosforilativa. Esse processo é de alto rendimento energético comparado à glicólise. Certos indícios fazem supor que a glicólise seja o processo que filogeneticamente apareceu primeiro e que a fosforilação oxidativa se desenvolveu depois, durante a evolução, como um aperfeiçoamento do processo de respiração celular. A célula viva está sempre consumindo energia para os seus processos metabólicos. O rendimento energético da mitocôndria é algo apreciável, ela apresenta-se como uma máquina altamente eficiente, uma vez que é capaz de aproveitar quase 50% da energia contida na glicose (a metade da energia liberada dos nutrientes é armazenada pelas mitocôndrias em foram de ATP). Os outros 50% são dissipados em forma de calor, que é utilizado nos seres homeotérmicos para manter constante a temperatura do corpo.

3.1. A insuficiência respiratória mitocondrial

A insuficiência respiratória mitocondrial ocorre quando há deficiência ou falência da aerobiose. Ao nível das mitocôndrias, reencontra-se a glicose e o oxigênio formados pela fotossíntese. A glicose ingressa no organismo pelo aparelho digestivo e chega à mitocôndria pelo aparelho circulatório, uma rota que só difere da rota do oxigênio quanto à porta de entrada. Na mitocôndria, 6 moléculas de oxigênio e uma de glicose unem-se e dão início a um processo catabólico que, em última instância produz 6 moléculas de CO2 e 6 moléculas de água. É a aerobiose. Para que esta etapa do processo respiratório se cumpra a contento, é necessário que disponhamos de um adequado número de mitocôndrias, que cada mitocôndria seja funcionalmente competente e, finalmente, que cada mitocôndria seja adequadamente suprida dos substratos fundamentais à aerobiose e depurada de seus sub-produtos. A quantidade de mitocôndrias de nosso organismo é função da atividade física por nós desempenhada. Vários estudos têm demonstrado que um homem de vida sedentária possui, por unidade de massa muscular, a metade do número de mitocôndrias de um homem de vida fisicamente ativa. O crescimento do número de mitocôndrias ao passar-se do sedentarismo para a atividade, ocorre num período de poucas semanas. Este crescimento é, no entanto, limitado: mesmo os mais vigorosos programas de treinamento não tem conseguido ultrapassar a multiplicação por dois, antes referida. A atividade física possui outro importante mérito: enseja uma melhoria funcional de cada mitocôndria. O suprimento de substratos e a depuração de catabólitos dependem da etapa circulatória do processo respiratório. Aí, temos mais um destaque para a atividade física: ela multiplica os capilares, ensejando uma melhor aproximação às mitocôndrias. A excelência do processo aeróbico mitocondrial pode ser prejudicado não só pela inadequação anatômica ou funcional das mitocôndrias como no sedentarismo, mas também pela ação de tóxicos que bloqueiam enzimas fundamentais ao seu desenvolvimento, como é o caso do ácido cianídrico. As pragas do século XX constituem um sério desafio ao bom desempenho do processo respiratório. Abstraindo-se a fome, mal milenar, as três maiores ameaças à saúde pública, no mundo contemporâneo, são, todas elas, criações deste século: a poluição, o fumo e o sedentarismo. A poluição compromete o ciclo ambiental e o pulmonar. O fumo, o ciclo pulmonar e o circulatório. O sedentarismo, o ciclo circulatório e o mitocondrial. A respiração é a mais importante função biológica: sem ela nenhuma outra se pode cumprir. O progresso tecnológico e os hábitos de vida dele decorrentes não podem ter como preço o sacrifício da respiração porque sem ela, não há nada. Nem vida!

CONCLUSÃO

Até o momento da pesquisa para a realização deste trabalho, eu possuía apenas um conhecimento superficial sobre o que era uma mitocôndria e qual era a sua função em uma célula. A partir de então tive a oportunidade de me aprofundar no assunto e descobrir o que realmente é uma mitocôndria e sua real importância para o funcionamento celular. A mitocôndria não é somente mais uma organela citoplasmática presente na célula, e sim, umas das mais importantes, pois através da respiração celular, a mitocôndria libera energia gradualmente das moléculas de ácidos graxos e glicose, provenientes de alimentos, produzindo calor e, principalmente, moléculas de ATP (adenosina-trifosfato). A energia armazenada no ATP é usada pelas células para realizar suas diversas atividades, como movimentação, secreção, multiplicação, entre outras. Seu rendimento energético é algo apreciável, uma vez que é capaz de aproveitar quase 50% da energia contida na glicose, ao passo que um automóvel à gasolina é capaz de aproveitar apenas 25% da energia do combustível, desprezando os 75% restantes. A mitocôndria é, na verdade, uma máquina altamente eficiente do ponto de vista de rendimento energético. Conclui-se então, que se as mitocôndrias não existissem, as células não funcionariam, pois estas estão sempre consumindo energia para os seus processos metabólicos. Em decorrência disso, não poderíamos viver. Portanto, é fundamental para o funcionamento celular e para a vida.

BIBLIOGRAFIA

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DE ROBERTIS & ROBERTIS, Jr. Bases da biologia celular e molecular. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

JUNQUEIRA, L.C., CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 299 p.

Site: http://www.unificado.com


Por: Vandik DA S. Candido